ATA DA
QUADRAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA
DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 09-06-2005.
Aos nove dias do mês de junho de dois mil e cinco,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida
pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Comassetto, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Nereu D'Avila,
Neuza Canabarro e Professor Garcia. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu
Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Todeschini, Claudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, José Ismael
Heinen, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Maffei,
Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Raul Carrion, Sebastião
Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. À MESA, foram encaminhados: pelo
Vereador Elias Vidal, os Pedidos de Providências nos 1281 e 1283/05
(Processos nos 3606 e 3608/05, respectivamente); pelo Vereador João
Carlos Nedel, os Pedidos de Providências nos 1306 e 1311/05
(Processos nos 3657 e 3666/05, respectivamente); pelo Vereador Luiz
Braz, os Pedidos de Providências nos 1188, 1189, 1190, 1191 e
1192/05 (Processos nos 3459, 3460, 3463, 3464 e 3465/05,
respectivamente) e o Pedido de Informações nº 143/05 (Processo nº 3466/05);
pela Vereadora Manuela d’Ávila, o Projeto de Lei do Legislativo nº 169/05
(Processo nº 3406/05); pela Vereadora Neuza Canabarro, o Pedido de Providências
nº 1233/05 (Processo nº 3549/05); pelo Vereador Professor Garcia, os Pedidos de
Providências nos 1218 e 1219/05 (Processos nos 3505 e
3506/05, respectivamente) e o Pedido de Informações nº 145/05 (Processo nº
3609/05); pelo Vereador Sebastião Melo, o Pedido de Providências nº 1292/05
(Processo nº 3625/05). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 094,
095, 096, 098, 099, 100 e 104/05, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre.
Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, aos Senhores
José Carlos de Oliveira Torves, Presidente do Sindicato dos Jornalistas
Profissionais no Estado do Rio Grande do Sul, e Antonio Edisson Peres,
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e
Televisão do Rio Grande do Sul, que solicitaram apoio à campanha “SOS TVE/FM
Cultura”, salientando a importância de uma atuação conjunta de todos os
segmentos da sociedade, para que sejam encontradas alternativas que permitam a
manutenção da qualidade dos trabalhos da Fundação Cultural Piratini – Rádio e
Televisão. Quanto ao assunto, relataram problemas vivenciados por essa
instituição, destacando questões atinentes ao sucateamento de equipamentos e
defasagem salarial enfrentada pelos funcionários da empresa. Na ocasião, nos termos
do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Professor Garcia, Ibsen Pinheiro, Luiz
Braz, Mônica Leal, Adeli Sell e Neuza Canabarro, manifestaram-se acerca do
assunto tratado durante a Tribuna Popular. Ainda, o Vereador Adeli Sell
formulou Requerimento verbal, solicitando o envio das notas taquigráficas das
manifestações relativas à Tribuna Popular aos Senhores Governador e
Vice-Governador e à Assessoria de Comunicação Social do Estado do Rio Grande do
Sul. Também, a Vereadora Maria Celeste procedeu à entrega de Requerimento de
sua autoria e da Vereadora Margarete Moraes, solicitando que os Senhores José
Carlos de Oliveira Torves e Antonio Edisson Peres compareçam em reunião da
Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos para debate dos problemas
narrados durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e quatro
minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quatorze horas e trinta e seis minutos, constatada a existência de quórum. Em
prosseguimento, a Vereadora Manuela d’Ávila informou que os Vereadores Raul
Carrion, Maristela Maffei e Sofia Cavedon encontram-se no Bairro Três
Figueiras, numa tentativa de impedir a retirada do Quilombo da família Silva,
localizado naquela região. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Maria Celeste
informou ter participado, hoje pela manhã, de reunião sobre segurança pública
na Vila Santa Rosa, citando relatos da população daquela área, como a presença
de delinqüentes nas proximidades da Escola Estadual de Ensino Fundamental Bento
Gonçalves. Ainda, projetou audiovisual criticando a atuação do Governador
Germano Rigotto e lembrou políticas de segurança implantadas pelo ex-Governador
Olívio Dutra. Na oportunidade, a Vereadora Margarete Moraes formulou
Requerimento verbal, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão.
Às quatorze horas e quarenta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e nove minutos, constatada
a existência de quórum. Na ocasião, em face de Questões de Ordem e manifestações
formuladas pelos Vereadores Ibsen Pinheiro, Manuela d’Ávila, Carlos Todeschini,
Nereu D’Avila, Haroldo de Souza e João Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou
informações acerca do uso de equipamento audiovisual pelos Senhores Vereadores
durante seus pronunciamentos nas Sessões Plenárias. Após, o Vereador João Antonio
Dib formulou Requerimento verbal, solicitando que lhe sejam garantidas condições
adequadas de iluminação no Plenário para a realização de suas atividades como
Vereador deste Legislativo. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Mario Fraga
comentou o uso de audiovisual durante o pronunciamento da Vereadora Maria Celeste
e avaliou movimento de servidores da Casa, contrários a cortes de despesas
anunciadas pelo Presidente Elói Guimarães. Também, elogiou o Executivo Municipal
por Projetos de atendimento a crianças e adolescentes e pelo trabalho de manutenção
de parques e praças e defendeu a permanência do terceiro turno no Posto de
Saúde do Bairro Belém Novo. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Luiz Braz abordou
entrevista concedida ontem à imprensa pelo Senhor Delúbio Soares, Tesoureiro do
Partido dos Trabalhadores, que analisou declarações do Deputado Roberto Jefferson,
sobre a distribuição de verbas a políticos em troca de apoio ao Governo Federal.
Ainda, referiu-se à Comissão Parlamentar de Inquérito a ser instaurada no
Congresso Nacional, relativa a denúncias de corrupção na Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos. Na oportunidade, por solicitação do Vereador José Ismael
Heinen, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Capitão
Luís Jolar Leão Pires, falecido no dia oito de junho do corrente. Em COMUNICAÇÕES,
o Vereador Maurício Dziedricki, frisando a importância de programas públicos de
geração de renda, reportou-se ao Seminário sobre Microcrédito, promovido ontem
em Porto Alegre pela Comissão Municipal de Emprego, e a debates referentes ao
assunto, organizados pela Associação Comercial de Cachoeirinha. Igualmente,
divulgou fórum que ocorrerá na Casa no dia vinte e quatro de junho do corrente,
tendo como tema “Empreendedores de Porto Alegre”. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador João Antonio Dib informou ter protocolado o Projeto de Resolução nº
111/05, o qual altera o artigo 218 do Regimento desta Câmara, no que se refere
à licença de Vereador quando da posse no cargo de Secretário Municipal. Também,
avaliou pronunciamentos hoje efetuados na Casa, de críticas ao Governo
Estadual, e leu o artigo do Deputado Federal Eliseu Padilha, publicado ontem
pelo Jornal do Comércio, intitulado “O metrô é agora ou nunca!”. Em COMUNICAÇÕES,
a Vereadora Neuza Canabarro procedeu à leitura de artigo publicado hoje no
jornal Folha de São Paulo, de autoria do Senhor Eduardo Jorge Martins Sobrinho,
ex-Deputado Federal do Partido dos Trabalhadores. Sobre o assunto, salientou
que nessa matéria são expostos os motivos de Sua Senhoria ter deixado este
Partido e de ter questionado condutas e diretrizes políticas do Partido dos
Trabalhadores. O Vereador Bernardino Vendruscolo comunicou que está
protocolando Projeto para propor prorrogação do término oficial da Semana
Farroupilha em Porto Alegre, a fim de dar mais condições às pessoas que se
deslocam para a Cidade durante esse período e analisou iniciativa de construção
de casas populares no Centro do Município. Também, comentou Projeto de sua
autoria, a respeito de solicitações de verificação de quórum nas Sessões
Plenárias e registro de presenças de Vereadores. O Vereador João Carlos Nedel,
referindo-se ao pronunciamento da Vereadora Maria Celeste, contestou a gestão
do Partido dos Trabalhadores no Executivo Estadual, em relação à estruturação
da Brigada Militar e da Polícia Civil. Ainda, criticou a gestão do Senhor
Olívio Dutra quando no Governo do Estado, acerca das políticas de segurança
pública, e noticiou visita a escola profissionalizante localizada no Bairro
Vila Nova, que está sem recursos para desenvolver seus trabalhos na comunidade.
O Vereador Claudio Sebenelo reportou-se à instauração de Comissão Parlamentar
de Inquérito para averiguar possíveis casos de corrupção no Governo Federal,
afirmando que o Partido dos Trabalhadores, mediante esses fatos, compromete sua
credibilidade como Partido Político. Em relação ao tema, enfatizou que essa é
uma questão nacional, considerando imprescindível a investigação e apuração de
denúncias e punição dos envolvidos no caso. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 102/05, discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib e Claudio Sebenelo, o Projeto de Lei do Legislativo
nº 160/05, discutido pelas Vereadoras Mônica Leal e Maria Celeste, e 161/05, discutido
pelo Vereador João Antonio Dib; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo
nos 275/01, discutido pelo Vereador Adeli Sell, 023/02, 140 e
159/05, o Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 321/03,
os Projetos de Resolução nos 099 e 103/05, o Substitutivo nº 01
aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 016/02, o Substitutivo nº 01 aposto
ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 007/05, discutido pela Vereadora
Maria Celeste. Na ocasião, a Vereadora Maristela Maffei formulou Requerimento
verbal, solicitando a intervenção de Lideranças deste Legislativo, no sentido
de buscar a reversão de ordem judicial para a desocupação da família Silva de
área localizada no Bairro Três Figueiras. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Nereu D'Avila externou sua opinião, favorável à instalação de Comissões Parlamentares
de Inquérito para investigar denúncias de corrupção na Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos, bem como para averiguar o suposto pagamento de propinas,
por parte do Governo Federal, para que Deputados aprovassem projetos no Congresso
Nacional. Nesse sentido, leu manifestações publicadas na imprensa nacional, que
defendem essas medidas. A Vereadora Manuela d'Ávila chamou a atenção para a
necessidade de mobilização da comunidade e de Parlamentares para a manutenção
do Quilombo da família Silva, no Bairro Três Figueiras. Ainda, relatou encontro
com o Senhor Rodrigo Abel, integrante da Secretaria Nacional da Juventude, no
qual foi debatida a criação do Conselho Nacional da Juventude, justificando que
o investimento no futuro dos jovens é uma maneira eficaz de diminuir a corrupção
no País. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Carlos
Todeschini, assinado pelos Vereadores Professor Garcia, João Antonio Dib,
Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Manuela d'Ávila e Maristela
Meneghetti, respectivamente Líderes das Bancadas do PSB, PP, PMDB, PT, PCdoB e
PFL, solicitando que sejam sustadas as medidas de contenção de despesas
anunciadas na reunião da Mesa Diretora ocorrida no dia dois de junho do
corrente e que seja marcada uma reunião do Colégio de Líderes desta Casa para
discussão da matéria, tendo a Vereadora Manuela d'Ávila e os Vereadores Mario
Fraga, Nereu D'Avila e João Antonio Dib se manifestado e o Senhor Presidente
informado que amanhã de manhã haverá reunião da Mesa Diretora e Colégio de
Líderes para tratar do assunto. Em continuidade, o Vereador Paulo Odone
formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando
autorização para representar externamente este Legislativo, em audiência do
Vereador Arnaldo Godoy, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte –
MG, com o Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, a ser realizada na tarde
de hoje. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Margarete Moraes, afirmando que a
corrupção no Brasil é um fato que vem desde a época das Capitanias
Hereditárias, defendeu a apuração completa das denúncias de irregularidades no
Governo do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, justificando que o Partido dos
Trabalhadores tem um histórico de transparência e ética nos seus atos e no combate
à corrupção e à ditadura. O Vereador Luiz Braz, referindo-se ao discurso anterior
da Vereadora Margarete Moraes, realçou que, quando há indícios de irregularidades
nos Governos, eles devem ser investigados. Nesse contexto, alegou que o Partido
dos Trabalhadores tenta evitar a apuração das denúncias divulgadas nos últimos
dias, em relação à possibilidade de corrupção no Governo Federal e sustentou
que esse Partido tem um discurso de moralidade que não corresponde à prática
administrativa de suas gestões. O Vereador Sebastião Melo desaprovou o
tratamento dado aos lojistas pelos donos de centros comerciais de Porto Alegre,
elogiando o Projeto de Lei do Legislativo nº 129/02, sobre os estacionamentos
nos “shopping centers”. Ainda, discutiu as alterações no trânsito próximo à
Avenida Wenceslau Escobar, afirmando que estas mudanças estão causando
transtornos ao comércio local. Finalizando, noticiou ter protocolado Projeto que
aumenta a alíquota do Imposto Sobre Serviços em transações de “leasing”. Em
prosseguimento, o Vereador Ervino Besson manifestou-se relativamente à ausência
do Senhor Idenir Cecchin, Secretário Municipal da Produção, Indústria e
Comércio, na Audiência Pública realizada pela Comissão de Economia, Finanças,
Orçamento e do MERCOSUL no dia sete de junho do corrente, tendo os Vereadores
João Antonio Dib e Professor Garcia se manifestado sobre o assunto. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão explicou a ausência de
Secretário Municipais em Reuniões de Comissões desta Casa, sugerindo a
realização de Reuniões Conjuntas para essa finalidade. Também, enalteceu
iniciativas do Governo Municipal na área da saúde pública e limpeza urbana e
debateu a crise política por que passam instituições nacionais, defendendo que
não sejam disponibilizados recursos públicos a Emendas Parlamentares até a
solução desses problemas. O Vereador Professor Garcia chamou a atenção para a
falta de conexão com a internet em um Telecentro instalado na Ilha Grande dos
Marinheiros, propondo ao Governo Municipal providencie essa conexão à comunidade
local. Além disso, discorreu acerca da análise que Sua Excelência está fazendo
do Plano Plurianual, asseverando que o volume previsto de investimentos da
Prefeitura nos próximos quatro anos não corresponde ao que foi noticiado pela imprensa.
Após, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o Senhor
Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Márcio Bins Ely, que relatou sua
participação, ontem, em Representação Externa deste Legislativo, em audiência
com o Deputado Federal André Figueiredo, a respeito da criação de um Conselho
Nacional de Juventude, em Brasília – DF. Na ocasião, foi apregoado Requerimento
de autoria do Vereador Nereu D'Avila, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando a retirada do Projeto de Lei do Legislativo nº 129/02 (Processo nº
2175/02) da Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica do Município.
Também, foi apregoado o Projeto de Resolução nº 108/05 (Processo nº 3610/05),
de autoria da Mesa Diretora. A seguir, constatada a existência de quórum, foi
iniciada a ORDEM DO DIA e o Vereador Mario Fraga formulou Requerimento verbal,
solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do
Dia. Em prosseguimento, foi aprovado o Requerimento nº 110/05 (Processo nº
2159/05 – Realização de Sessão Especial com o tema “Avanços na Visibilidade
Homossexual”), de autoria da Vereadora Maristela Maffei. Na oportunidade, foram
apregoadas as Subemendas nos 01, de autoria do Vereador Professor
Garcia, Líder da Bancada do PSB, e 02, proposta pelo Vereador Raul Carrion e
assinada pela Vereadora Manuela d'Ávila, Líder da Bancada do PCdoB, à Emenda nº
03, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 007/05. Ainda, foi apregoada a
Emenda nº 04, proposta pelo Vereador Raul Carrion e assinada pela Vereadora
Manuela d'Ávila, Líder da Bancada do PCdoB, ao Projeto de Lei do Executivo nº
007/05. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do
Executivo nº 006/05, com ressalva da Emenda a ele aposta, por vinte e sete
votos SIM, após ser discutido pelo Vereador Claudio Sebenelo, tendo votado os
Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo,
Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson,
Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José
Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste,
Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki,
Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Sebastião Melo e Valdir Caetano.
Na ocasião, a Vereadora Maristela Maffei manifestou-se em relação à presença de
representantes de Organizações Não-Governamentais, que comparecem a esta Casa
para acompanhar a votação do Requerimento nº 110/05 (Processo nº 2159/05).
Também, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Claudio Sebenelo, o
Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do processo de votação do
Projeto de Lei do Executivo nº 006/05. Foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao
Projeto de Lei do Executivo nº 006/05, por vinte e oito votos SIM, tendo votado
os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal,
Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio
Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Margarete
Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti,
Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Sebastião Melo
e Valdir Caetano. A seguir, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se em relação
à necessidade de alterações na Redação Final da Emenda nº 01 aposta ao Projeto
de Lei do Executivo nº 006/05. Em continuidade, foi aprovado Requerimento
verbal de autoria do Vereador Mario Fraga, solicitando alteração na ordem de
apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação,
foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 007/05, com ressalva das Emendas
e Subemendas a ele apostas, por vinte e sete votos SIM, após ser discutido
pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Todeschini, José Ismael Heinen, Margarete Moraes
e Maristela Maffei e encaminhado à votação pelos Vereadores Raul Carrion, Sofia
Cavedon, Professor Garcia, Luiz Braz, Clênia Maranhão, Maurício Dziedricki e
Mario Fraga, em votação nominal solicitada pela Vereadora Maristela Maffei,
tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen
Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela
Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Neuza Canabarro, Professor
Garcia, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Na ocasião, foi aprovada a prorrogação
dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais. Ainda, o Vereador
Raul Carrion informou que Sua Excelência esteve, na tarde de hoje, juntamente
com os Vereadores Carlos Comassetto e Sofia Cavedon, em tratativas com Órgãos
do Governo Estadual, com a finalidade de evitar a desocupação da família Silva
de área localizada no Bairro Três Figueiras. Ainda, o Vereador Aldacir Oliboni
formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando que
a intérprete para deficientes auditivos, presente nesta Sessão, possa se posicionar
ao lado da Tribuna, a fim de que Sua Senhoria tenha seu trabalho acompanhado
pela TV Câmara. Em prosseguimento, foram aprovadas as Emendas nos 02
e 03, as Subemendas nos 01 e 02 à Emenda nº 03 e a Emenda nº 04, apostas
ao Projeto de Lei do Executivo nº 007/05. A seguir, foi aprovado o Requerimento
nº 030/05 (Processo nº 0766/05 – Constituição de Comissão Especial sobre Políticas
Públicas Para as Pessoas Portadoras de Deficiências), de autoria do Vereador
Aldacir Oliboni. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 048/05. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Lei Complementar do Legislativo nº 001/05, por vinte e seis votos SIM e dois
votos NÃO, após ser discutido pelo Vereador Luiz Braz, em votação nominal solicitada
pelo Vereador Haroldo de Souza, tendo votado Sim os Vereadores Alceu Brasinha,
Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini,
Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Ibsen
Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela
Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Neuza
Canabarro, Raul Carrion e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Claudio Sebenelo e
Haroldo de Souza. Em Votação, esteve o Requerimento nº 143/05 (Processo nº
3000/05 – Moção de Apoio às ações da Polícia Federal, por meio da “Operação
Hidra”, que levou à prisão de contrabandistas), de autoria do Vereador Adeli
Sell, o qual deixou de ser apreciado, em face da inexistência de quórum
deliberativo. Às dezenove horas e dezesseis minutos, constatada a inexistência
de quórum deliberativo, em verificação solicitada pela Vereadora Clênia
Maranhão, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães, João
Carlos Nedel e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Nereu D'Avila. Do
que eu, Nereu D'Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata,
que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à
Convido a fazerem parte da Mesa o Sr. José Carlos
de Oliveira Torves e o Sr. Antonio Edisson Peres, representando o Sindicato dos
Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul e o Sindicato dos Trabalhadores
em Empresas de Radiodifusão e Televisão do Rio Grande do Sul, ambos
Presidentes. Os dois oradores dividirão o tempo regimental de 10 minutos.
O Sr. José Carlos de Oliveira Torves está com a
palavra para tratar da Campanha SOS TVE/FM Cultura, pelo tempo de cinco
minutos.
O SR. JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA TORVES: Boa tarde.
Primeiramente, cumprimento o Presidente da Casa, Ver. Elói Guimarães; Ver.
Nereu D’Avila, demais Vereadores. Eu quero agradecer ao Ver. Professor Garcia,
que fez a proposição no sentido de os dois Sindicatos se manifestarem sobre a
Campanha SOS TVE/FM Cultura. Essa não é uma Campanha unicamente corporativa dos
dois Sindicatos. Nós ficamos bem à vontade em fazer essa manifestação nesta
Casa, pois temos muitos Vereadores que são jornalistas e radialistas e que
orgulham a nossa categoria neste Plenário; companheiros nossos que devem
entender perfeitamente a nossa preocupação.
Obviamente, dentro dessa Campanha, embora ela não
seja unicamente corporativa, há a questão salarial. O quadro de funcionários da
TV Educativa e da FM Cultura teve uma recomposição salarial no Governo
Collares, o que mantinha um equilíbrio com o mercado de trabalho. Depois,
conseqüentemente, a inflação foi repassada, minimamente, por todos os outros
Governos, mantendo os salários com um certo equilíbrio de acordo com o mercado
de trabalho. No Governo Rigotto, os acordos de 2003/2004 e os acordos de
2004/2005 não foram cumpridos. Então, o apelo que fazemos aqui é que os
Vereadores que fazem parte das Bancadas que hoje dão apoio e sustentação ao
Governo do Estado dialoguem junto ao Governo para que haja o cumprimento desses
acordos. Nós já estivemos no Palácio Piratini, conversamos com a Secretaria de
Comunicação, mas, como não há essa recomposição salarial há mais de dois anos,
fazendo com que os salários fiquem defasados em relação ao mercado de trabalho,
nós ficamos preocupados e solicitamos o apoio de Vossas Excelências.
No entanto, uma questão que vai além da questão
salarial é a questão da função da TVE. A TVE é uma emissora pública que, de
certa forma, atende a uma programação para a população, para a sociedade gaúcha
que as demais emissoras comerciais não atendem. Portanto, ela tem uma
importância relevante na área da educação e na área da cultura. E, como hoje
ela está extremamente sucateada, nós achamos que temos que envolver todos os
movimentos da sociedade para tirar a TVE dessa crise. Estamos com sucateamento
dos equipamentos; quase todos os equipamentos da TVE, que são de última
geração, recompostos no Governo Olívio, hoje estão praticamente sem funcionamento,
até porque não tem sido feita licitação para substituição de peças. Então, cria
uma crise no funcionamento da TVE. Por conseqüência, pela falta de fitas, a TVE
hoje começou a desarquivar programas que fazem parte do acervo cultural,
político e social da sua programação e da nossa vida aqui no Rio Grande do Sul.
É uma preocupação bastante grande, porque nós estamos perdendo um pouco da
memória do Rio Grande do Sul que se tem naquele arquivo da TV Educativa, em
função da falta de fitas.
As repetidoras do Interior também estão sem
manutenção, portanto na maioria dos Municípios gaúchos a TVE já não pega mais,
e nós achamos que isso é um problema de gestão. Por isso, faço um apelo para
que os Vereadores que são dos Partidos da base do Governo dialoguem, tentem
levar essa questão para ser discutida dentro dos Partidos e, depois, com o
próprio Governo, para ver se conseguimos uma solução. Muito obrigado pela
atenção dos senhores. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. Antonio
Edisson Peres, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de
Radiodifusão e Televisão do Rio Grande do Sul, está com a palavra por 5
minutos.
O SR. ANTONIO EDISSON PERES: Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, Presidente da Mesa, trabalhadores da
TVE e FM Cultura que estão no plenário, radialistas e jornalistas que hoje têm
a condição de Vereadores na Casa: a Direção do Sindicato dos Radialistas vem,
em primeiro lugar, fazer um protesto nesta Casa democrática. Quando entramos
nesta Casa, ali diz: “Casa do Povo.” Só que o povo, o povo assalariado, para
usar esta tribuna, tem que gastar, no mínimo, um terço do salário mínimo para
estar de paletó e gravata. A Direção do Sindicato dos Radialistas acha, no
mínimo, uma incoerência. Será que todo o povo assalariado e miserável deste
País, desta Cidade, tem condições de gastar um terço do seu salário para
colocar um paletó e uma gravata? Será que um paletó e uma gravata são a
dignidade de um trabalhador? O nosso Congresso Nacional está dizendo o
contrário.
Indo ao que nos interessa, os trabalhadores da TVE
e FM Cultura estão há dois anos sem dissídio coletivo, estão com os
equipamentos totalmente sucateados. Os repórteres saem para fazer matérias, e
simplesmente o gravador não funciona. Os equipamentos, os veículos da TVE -
repito: os veículos da TVE - estragam no meio do caminho. A Direção da TVE é
totalmente inerte, e já fizemos algumas reuniões na Secretaria da Fazenda e em
vários momentos estamos fazendo manifestações, para que a sociedade saiba o
momento pelo qual está passando a TVE/FM Cultura, que é do povo. Os
trabalhadores da TVE/FM Cultura que estão no plenário querem agradecer a um
Vereador, e é evidente que, com esse pronunciamento, queremos chamar os outros
Vereadores para que, no mínimo, olhem para a situação da TVE.
Esse Vereador, o Ver. Professor Garcia, num dia
chuvoso, de chuva torrencial, estava conosco. Fizemos uma manifestação na
frente da TVE, todos nós nos molhamos, com o Ver. Professor Garcia também não
foi diferente, ele se molhou. Só que nós chamamos todos os Vereadores, ou
melhor, pedimos a todos os Vereadores, e os Vereadores não se pronunciaram. O
Ver. Professor Garcia esteve lá. E todos receberam o convite, mas não
compareceram. Independentemente se chegou ou não chegou aos Vereadores o
pedido, nós queremos deixar claro que esse é um pronunciamento, um pedido que o
Sindicato dos Radialistas faz a todos os Vereadores, nós queremos que os
Vereadores tenham essa consciência, porque a TVE é do povo, porque os
trabalhadores estão sem equipamento e sem condições. A moral dos trabalhadores
da TVE está sendo aviltada, os trabalhadores da TVE estão sendo agredidos
moralmente.
E digo mais, gostaria que os Vereadores prestassem
atenção: funcionários estão sendo agredidos fisicamente. Vocês sabiam disso,
Srs. Vereadores? Que os funcionários da TVE estão sendo agredidos fisicamente
por CC da TVE? O CC Machado Filho - o Sindicato dos Radialistas está dando o
nome -, que não é funcionário da TVE, agrediu fisicamente um trabalhador da TVE,
porque esse reclamou dos equipamentos da TVE e FM Cultura.
Por isso, terminando, agradecemos este espaço
democrático e queremos a atenção de todos os senhores; os trabalhadores da TVE
e da FM Cultura confiam em vocês e também no Ver. Professor Garcia, que fez
todo esse trabalho para nós. Nós agradecemos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Presidente,
Ver. Elói Guimarães; eu falo em nome do Partido Socialista Brasileiro e,
também, em nome do Partido Comunista do Brasil, já que a Verª Manuela, por um
pequeno problema, não pôde estar presente. Prezados José Carlos Torves e
Antonio Peres - popular Caverna -, Presidentes do Sindicato dos Jornalistas
Profissionais no Estado do Rio Grande do Sul e do Sindicato dos Trabalhadores
em Empresas de Radiodifusão e Televisão do Rio Grande do Sul, primeiramente
quero chamar a atenção sobre esse movimento SOS TVE/FM Cultura. Tive
oportunidade, durante dois momentos, de falar sobre esse movimento aqui na
Casa, em Comunicação de Líder. Tivemos oportunidade, também, num domingo, de
participar de um ato público junto à Redenção.
A Fundação Cultural Piratini - Rádio e Televisão,
que é a mantenedora da TVE e da FM Cultura, é uma empresa pública de
radiodifusão mantida pelo Governo do Estado. A importância dessa emissora está
na capacidade de revelar a multiplicidade da cultura gaúcha e brasileira sem
precisar se submeter aos apoios do mercado publicitário, pois são mantidas
majoritariamente por verbas públicas ou com apoio cultural privado.
O que está se pedindo? É importante resgatar isto,
o que está acontecendo: câmeras estragadas por falta de manutenção; reportagens
perdidas porque as câmaras não gravaram ou porque o áudio foi captado com
falhas; falta de fitas para gravação; equipamentos de edição estragados; ilhas
de edição para montagem com defeito, o que estraga o produto depois de acabado;
carros sem manutenção; automóveis presos em blitze por falta de
pagamento; equipes de reportagem empurrando veículos nas ruas; equipes expostas
ao perigo em automóveis com manutenção precária; desvalorização dos servidores,
que estão há dois anos sem aumento salarial; utilização de CCs em função que
exige concurso público; perseguição e assédio moral por CCs em determinados
setores; computadores desatualizados; softwares sem atualização; falha
na interiorização do sinal, ou seja, a retransmissora do Interior com falhas
freqüentes. Portanto, é importante que todos nós tenhamos essa consciência,
porque esse é um produto totalmente público e de responsabilidade de nós,
gaúchos. Obrigado aos senhores; obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ibsen
Pinheiro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero, em nome da
minha Bancada, saudar os nossos dois visitantes e dizer-lhes que esta Casa se
sente feliz em poder receber aqui representantes de uma comunidade tão
significativa como a dos jornalistas e a dos radialistas. Diria mesmo que somos
colegas de ofício, não pelas circunstâncias de eu ser também um homem de rádio
e jornal, mas porque servimos ao mesmo interesse público num estúdio de rádio,
numa redação de jornal ou numa cadeira parlamentar.
Somos sensíveis, sim, às reivindicações das
categorias, dos profissionais, e também a essa campanha pelo melhor
aparelhamento da nossa TVE. Televisão pública sofre limitações de natureza
legal muito grandes e tem certos encargos também grandes em relação à sua
prestação de serviços, que acabam sendo uma desvantagem significativa na
comparação quase inevitável com a televisão comercial. Isso impõe, é claro, um
ônus muito grande ao Poder Público para manter e conservar, não apenas a
qualidade material, mas, sobretudo, a qualidade da programação. Nossa
solidariedade às entidades aqui presentes.
Mas não passa sem reparo, Sr. Presidente Antonio
Edisson, que essa convivência não exclui regras de civilidade; a gente se veste
na casa dos outros conforme a regra da casa dos outros. Quando formos ao
Sindicato dos Radialistas, se tivermos que sentar na sala de espera, nós o
faremos com naturalidade, porque assim se convive. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, para nós é uma
satisfação estar hoje aqui recebendo dois Sindicatos aos quais sou filiado: o
Sindicato dos Radialistas e o Sindicato dos Jornalistas.
As denúncias que são trazidas realmente são
alarmantes, porque, afinal de contas, nós sempre admiramos o trabalho feito
pela TVE e sabemos que a TVE divulga a cultura que é gerada através dos órgãos
oficiais do Estado. Ficamos alarmados quando vimos que existe, no momento, uma
dificuldade muito grande para que isso possa ser feito pelos profissionais de
forma que aquilo que seja transmitido seja coerente com a realidade que existe
dentro do nosso Estado.
Mas é claro que o Governo Estadual, o Governo
atual, deve ter herdado alguma coisa não muito boa lá do passado. Aquilo que
foi divulgado a respeito do que foi repassado, as condições do patrimônio que
foram repassadas para este Governo, eu sei que realmente houve problemas para
serem administrados pelo Governo atual. E eu, como militante do PSDB, vou levar
até o Vice-Governador essas reclamações que foram trazidas até aqui pelos dois
Presidentes dos Sindicatos.
O que me chama mais atenção é quando o Presidente
do meu Sindicato dos Radialistas fala sobre violência praticada pelo
Machadinho. O Machadinho esteve aqui, junto conosco, aqui na Câmara Municipal.
Trabalhou como chefe da nossa imprensa, sempre foi um profissional eficiente,
usou de muita dignidade aqui enquanto utilizou, enquanto presidiu a nossa
imprensa, realmente eu fico boquiaberto que agora, na TVE, ele tenha utilizado
de meios físicos para poder se relacionar com qualquer outro seu companheiro.
Mas é claro que isso que vocês vêm fazer aqui é
muito bom, é muito salutar. E, com referência pelo menos à nossa Liderança do
PSDB, nós vamos levar o fato até o Sr. Vice-Governador do Estado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. MÔNICA LEAL: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sr. José Carlos Torves, Sr. Antonio Peres,
como jornalista e Vereadora, em nome dos Vereadores João Antonio Dib e João
Carlos Nedel, quero registrar a nossa preocupação e o nosso apoio à Campanha
SOS TVE/FM Cultura.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. José
Carlos de Oliveira Torves, Sr. Antonio Edisson Peres, nós, da Bancada do Partido
Democrático Trabalhista - Vereadores Nereu D’Avila, Mario Fraga, Dr. Goulart,
Ervino Besson e Márcio Bins Ely -, ficamos profundamente sensibilizados, porque
sabemos quão importantes são a TVE e a FM Cultura para o Rio Grande do Sul.
Temos a satisfação de dizer que, numa administração, não são suficientes,
apenas, recursos, são necessárias competência administrativa e criatividade. Os
últimos equipamentos e carros que a TVE recebeu foi ainda no Governo Collares,
através de um convênio com a Secretaria Estadual de Educação, trabalhando,
colocando quase que 70% do seu horário à disposição da Educação do Rio Grande
do Sul, num trabalho que se chama parceria. Portanto nós estamos à disposição
de vocês em qualquer momento. Quero dizer mais: se não comparecemos a esse ato
da TVE, foi porque nenhum de nós foi informado. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Sr.
Presidente, eu e a Verª Margarete Moraes estamos fazendo um Requerimento (Lê.):
“Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, a partir do depoimento nesta Casa dos
jornalistas José Carlos Torves e Antonio Peres sobre o sucateamento da TVE e
rádios públicas e sobre a denúncia de agressão física a funcionários,
requeremos sejam ouvidos na Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor
desta Casa. Atenciosamente, Verª Margarete Moraes e Verª Maria Celeste.”
O
SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães):
Eu recebo o Requerimento de V. Exas e darei a tramitação à Comissão
de Direitos Humanos. Não há mais oradores inscritos, Bancadas inscritas.
Nós queremos saudar o Sr. José Carlos de Oliveira Torves, Presidente do Sindicato dos Jornalistas, bem como o Sr. Antonio Edisson Peres, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão do Rio Grande do Sul, que fizeram aqui as suas exposições. As diferentes Bancadas se manifestaram sobre temas da maior importância; porque hoje nós vivemos a era da imagem, a era da comunicação, e V. Sas representam setores e entidades extremamente importantes.
Bem, mas de ofício, sem tentar polemizar, eu
gostaria de dizer ao caríssimo Antonio Edisson Peres que nós temos um
Regimento, que pode ser discutido, e esse Regimento estabelece determinadas
regras. V. Sª disse que esta é a Casa do Povo, que é democrática, mas que, para
se ir à tribuna, se tem de gastar um terço do salário. Bem, eu quero dizer que
aqui já estiveram moradores de rua, e com um paletó e uma gravata. Sr. Edisson
Peres, numa certa oportunidade, numa invasão ali na Rua Atilio Supertti, nós
fizemos uma "vaquinha" para o líder da invasão ir à tribuna de paletó
e gravata. Eu acho que as regras e as normas são democráticas. Por quê? Porque
estabelecem um critério geral para todas as pessoas. É uma Casa democrática, V.
Sª tem o direito de fazer a crítica, e eu, na qualidade de Presidente da Casa,
sem pretender polemizar, de explicar que nós entendemos que as normas, os
regimentos, todos nos deixam iguais.
Portanto, eu quero cumprimentar aqui os amigos,
dizer que todas manifestações, bem como as notas taquigráficas serão
encaminhadas; aqui há inclusive um pedido para que as referidas entidades sejam
ouvidas pela Comissão de Direitos Humanos. Então, eu acho que cumprimos, todos
nós, com os nossos papéis.
Suspendemos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h34min.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 14h36min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos ao
A SRA. MANUELA D'ÁVILA (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, diversos Vereadores - Ver. Raul Carrion, Verª Maristela Maffei e
Verª Sofia Cavedon - me telefonaram, informando que estão no bairro Três
Figueiras, acompanhando a questão do quilombo Silva. Pediram que esta Casa
fosse informada de que isso está acontecendo, para que todos os Vereadores, dos
diversos Partidos, tentem colaborar no sentido de que aquele quilombo permaneça
ali.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria
Celeste está com a palavra em Grande Expediente.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sas Vereadoras, Srs. Vereadores, o
tema que trago para discutir no Grande Expediente de hoje é o da Segurança
Pública no Estado do Rio Grande do Sul. Por que uma Vereadora de Porto Alegre
traz esse tema para ser colocado na Câmara Municipal, uma vez que sabemos da
responsabilidade do Governo do Estado sobre essa questão?
Hoje pela manhã, nós estivemos numa reunião lá na
Vila Santa Rosa, onde tenho orgulho de morar, e junto há um Fórum de Segurança
que foi criado naquela Região, sob a coordenação da Paróquia local, do Padre
José Antônio, das entidades não-governamentais e das escolas daquela Região. E
nós pudemos perceber o quanto está difícil a situação da Segurança Pública no
Estado, o caos em que estamos colocados neste momento.
Houve o relato da Diretora da Escola Estadual Bento
Gonçalves, dizendo que mais de cem alunos, neste semestre, Professora Neuza,
pediram transferência de escola. Por quê? Pelo medo de chegar até aquela
Escola. Mais de cem alunos, no primeiro semestre letivo deste ano, já pediram
transferência da Escola. Outro dado: tiveram de construir um portão nos fundos
para que os alunos que residem na parte de baixo da Escola pudessem ter acesso,
porque, da parte de cima, a gangue tomou conta, não permitindo o acesso à
Escola.
A que ponto nós chegamos! A seqüência dos assaltos,
dos assassinatos, dos arrombamentos, na nossa Cidade, no Rio Grande do Sul em
geral, vêm, cada vez mais, demonstrando que a Segurança Pública no Estado se
encontra completamente desnorteada, Sr. Presidente. Eis bem o termo que define
a situação em que nos encontramos: caos total. Sabemos que a violência e a
criminalidade são motivadas pelas diversas causas, mas também sabemos que falta
política para o setor. Um setor que precisa contribuir, e muito, para a
propagação de um trabalho eficiente além do combate. Por isso, não há mais como
se esconder, Sr. Governador; não há mais como “tapar o sol com a peneira”.
Sob esse aspecto, então, nós fomos verificar como o
Governador Rigotto tem trabalhado na Segurança Pública. Ao contrário do que
propagou em toda sua campanha política, o que nós vemos hoje é que a Segurança
Pública no Estado não é prioridade no seu Governo. Portanto, recordar, senhoras
e senhores, nobres Pares, é viver, e nós estamos aqui vigilantes para que isso
aconteça. E quero lembrar das propostas da campanha de Governo de Rigotto, que
falava das razões que os homens e as mulheres do Rio Grande do Sul deveriam ter
para elegê-lo.
Lamentavelmente, parece-me que o datashow
não está funcionando, apesar de estar pronto desde o início da Sessão, mas,
inexplicavelmente, agora não funciona.
A SRA. MARGARETE MORAES (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, será que não poderíamos suspender a manifestação da Vereadora até
que o datashow possa funcionar? Porque ela preparou toda uma matéria em
cima de dados, inclusive o técnico está-se colocando à disposição.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O datashow
não está funcionando?
A SRA. MARGARETE MORAES: Não, ainda
não. Por isso, sugiro a suspensão da manifestação da Verª Maria Celeste até que
o equipamento esteja funcionando, para que o seu pronunciamento não fique
prejudicado. Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Estão
suspensos os trabalhos para que o datashow seja arrumado.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h46min.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 14h49min): Estão
reabertos os trabalhos, e reitero o tempo da Verª Maria Celeste.
A SRA. MARIA CELESTE: Agradeço a
gentileza do Sr. Presidente.
Retomando a seqüência, agora com o datashow funcionando,
de quando eu falava que recordar é viver, para que nós não nos esqueçamos -
e eu agradeço a paciência Ver. Luiz Braz, a quem respeito, já que democracia da
tribuna é importante para todos nós. Muito obrigada.
Quero lembrar quais foram os princípios colocados
naquela época de campanha, vamos relembrar...
O SR. IBSEN PINHEIRO (Questão de Ordem): Como se trata
de tema relativo ao pronunciamento da oradora que está na tribuna, não há outro
meio de interpor esta Questão de Ordem senão a interrompendo ao abrigo do
Regimento. Percebo que se usa uma projeção sobre as paredes desta Casa, não
imagino se houve o consentimento da Mesa Diretora, mas quero argüir a
anti-regimentalidade desta projeção, que envolve propaganda política, ou numa
direção ou noutra. Os atos políticos se praticam naquela tribuna; ali, sim, não
há limite de qualquer natureza. O próprio público, que é esta parede, que é
esta Casa, não se presta a essa finalidade, como não se presta também ao uso
comercial. A Questão de Ordem é no sentido de que a Mesa coíba o uso abusivo do
prédio da Câmara de Porto Alegre.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Antes de
retomar a sua palavra, Verª Maria Celeste, devo ouvir as demais Questões de
Ordem.
O SR. NEREU D'AVILA (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, primeiro que estamos adstritos, por obviedade, às questões
relativas ao Município de Porto Alegre, o que não nos impede de adentrar em
outras instâncias administrativas.
Agora, está ali, obviamente, uma questão que foge à
circunstância puramente municipal e abre um precedente de proporções de
maremoto, porque, amanhã ou depois, poderá ser apresentada ali também - que a
esperança venceu o medo - toda a corrupção com o nome do Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. O que não é tangível e nem tolerável, porque essas questões ainda
estão em andamento. Portanto, sem nenhum resquício - e nunca foi intenção
minha, nem de V. Exª, nem da Casa - de restringir qualquer tipo de apresentação
técnica, mas esta é política explícita! (Mostra o datashow.) Então,
francamente, Sr. Presidente, acho que não é esse tipo de coisa que vai
levar-nos a um objetivo de bom senso. Eu repito: o precedente estará aberto, e
é muito perigoso para quem está apresentando.
O SR. HAROLDO DE SOUZA (Questão de Ordem): Presidente,
eu vou por outra via, vou mais light. Eu queria agradecer à Vereadora e
deixar estabelecido: quem sabe fica ali a apresentação do datashow, já
que estamos em campanha para a reeleição! Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Bem, trata-se de uma questão que tem as suas
complexidades para uma definição. Em primeiro lugar, o Presidente é
surpreendido com determinadas matérias. É bem verdade que tem se utilizado datashow
aqui nesta Casa e não cabe ao Presidente fazer a censura prévia. Agora,
eu vou decidir no seguinte rumo... Com essas condições fica até difícil de
falar, eu solicitaria que ligassem a luz. Parece que alguém está me pedindo a
palavra; é o Ver. João Antonio Dib. É uma Questão de Ordem ou um Requerimento,
Ver. João Antonio Dib?
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, nem todos fizeram Questão de Ordem; talvez, eu tentasse colocar
ordem na questão, porque, realmente, não posso entender - por mais carinho e
respeito que eu tenha pela Verª Maria Celeste - que ela use e, inclusive,
escureça o plenário para fazer uma crítica. Não é para apresentar uma coisa
construtiva. Ela vai criticar e tem o direito de criticar, mas ela tem
capacidade lingüística, capacidade de fala, para se fazer entender com a sua
palavra fluente, fácil, como deve ser nos plenários. A eleição é no ano que vem
e não se pode fazer propaganda agora.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, eu posso me pronunciar?
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu tenho que
dar um deslinde à matéria, Verª Maria Celeste. A utilização de datashow
é uma questão complexa, quando direcionado para determinadas
finalidades. Para se estabelecer a igualdade, nós vamos ter que normatizar a
matéria por um entendimento. Eu acho que os argumentos trazidos pelo Ver. Ibsen
Pinheiro são substanciosos, eles têm fundamento. A verdade é que já se usou,
não sei se com essa força, como V. Exª ...
A SRA. MARIA CELESTE: Mas eu ainda
não tive chance de mostrar o material.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu estou com a
palavra, Vereadora, e já a darei a Vossa Excelência.
A verdade é que já se usou o datashow, não
sei se com essa força, com esse direcionamento. Esta é toda a verdade. Eu sou
um homem que tem a radicalidade da imparcialidade. É bom que me conheçam. Eu
tenho, felizmente, essa têmpera, mas fica uma questão difícil de o Presidente
decidir. Eu vou fazer o seguinte, eminente Ver. Ibsen Pinheiro: até que se
legisle, porque cabe à Mesa, cabe ao Presidente interpretar o Regimento, eu vou
ter que desaconselhar, daqui para frente, a utilização de datashow,
porque não me cabe censurar e conhecer antecipadamente. Então, a decisão do
Presidente é de que a Verª Maria Celeste vai concluir o seu tempo, mas, daqui
para frente, até que se normatize, nós vamos desaconselhar a utilização de datashow.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de
Ordem): Sr. Presidente, eu estou fazendo um trabalho, escrevendo um
trabalho e não posso ter a luz diminuída, porque me atrapalha. E não vou sair
do plenário para fazer noutro lugar. Então peço a V. Exª que me dê condições de
iluminação, pelo menos, para que eu possa continuar escrevendo. É um assunto de
interesse da Casa.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Essa razão
trazida pelo Ver. João Antonio Dib também aconselha que não se use datashow.
Eu tomei a decisão. Da decisão do Presidente cabe recurso. Eu vou manter a fala
da Verª Maria Celeste, porque ela já iniciou, mas fica claro: nas próximas
apresentações, vamos ter que desaconselhar que o façam. Ouço Vossa Excelência.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, V. Exª prima, como sempre, pela igualdade, uma vez que em dois
outros momentos foi usado esse recurso de datashow, inclusive contra o
nosso Partido, aliás, não por dez, mas por vinte minutos. Eu gostaria que
diminuíssem a luz também, por obséquio, apenas por cinco minutos. Como o Ver.
João Dib está protestando: igualdade de condições para todos.
Eu dizia daquilo que foi propagado durante a
campanha, das razões para votar no então candidato Rigotto: “Porque vai
devolver a dignidade aos profissionais da Segurança pública”. E o que nós vemos
hoje? Nós lemos: “Escalões inferiores da Brigada preparam protesto.” O Sr.
Leonel Lucas, Presidente da Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar,
fala que o soldado da Brigada Militar gaúcha é um dos mais mal remunerados do
País; que os policiais pedem ajuda ao Ministério Público.
Outra razão para votar na atual Administração:
“Porque vai reverter a atual tolerância e complacência com as ações delituosas
e o desrespeito à lei.” O que nós vemos hoje está ali, esta imagem está
gravada. Podemos não usar mais o datashow, podemos não ter mais esse
recurso no plenário, mas os jornais da Cidade mostram assaltos, seqüestros,
mortes nas estradas, inoperância da Secretaria de Segurança Pública: “Assalto é
o maior medo dos porto-alegrenses”. A comunidade da Vila Santa Rosa, hoje de
manhã, exigiu segurança. Mais uma razão: “Porque vai acabar com a
partidarização da Brigada e da Polícia”. O que nós vemos ali, senhoras e
senhores, uma indicação do Presidente do PMDB de Santa Cruz do Sul para o cargo
de Delegado da Região, datada em 4 de dezembro de 2003. É isso que nós vemos aí
em relação à partidarização! Nosso Governo Olívio foi tachado, diversas vezes,
por estar aparelhando, partidarizando a Segurança Pública do Estado.
Mais uma razão para votar no Governo está aí: “Porque
vai garantir o reaparelhamento dos órgãos de Segurança.” E o que nós vemos
hoje, senhoras e senhores? “Vemos um efetivo da Brigada menor desde 1989.” Quem
diz isso? O jornal da Cidade. “Estado perde 75 PMs a cada mês.” Mais uma razão,
e a última: “Para que não fiquem tão melindrados, porque vai priorizar o
preenchimento de vagas nas instituições policiais.” Matéria do Correio do Povo
de ontem: “Alunos sargentos reivindicam as suas promoções”, porque era assim
que se fazia, faz o curso e é promovido. Agora não é mais. É esta situação que
nós vemos; é esta situação caótica que nós temos aqui no Estado, por quê?
Porque Rigotto investiu, em 2004, apenas 12% dos recursos previstos para o
setor. Mas isso não é novidade, em 2003 havia investido apenas 37% do Orçamento
para a Secretaria Pública do Estado. E o pior, o descompromisso não pára por
aí: “Para o ano de 2005, o Governador prevê uma redução de 13% de investimento
na Secretaria de Segurança Pública.”
A situação só não está pior graças ao Governo
Federal, que, em 2003 e 2004, através de convênios, repassou 52 milhões de
reais para a compra de viaturas, armas e equipamentos. Só agora, no ano de
2005, o pouco que foi feito - as viaturas foram entregues com tanta publicidade
-, os investimentos feitos foram repassados, sim, pelo Governo Federal, pelo
Governo Lula, o que demonstra uma ausência da contrapartida do Governo Rigotto.
Também é bom lembrar que no Governo Olívio foram
contratados servidores para a Brigada Militar, agentes para a Susepe, policiais
civis. E o que nós vemos no Governo Rigotto? Contratam PMs temporários para as
funções administrativas.
Lamentavelmente, meu tempo está-se esgotando, mas
eu não poderia deixar de citar as recentes declarações do Secretário que
demonstram também que tem faltado sensibilidade ao Governo. Responsabilizar o
próprio cidadão por ser vítima da violência é eximir-se de suas
responsabilidades. Pelo visto, a seguir nesse ritmo, a única coisa com que
podemos contar para ter segurança neste Estado é a sorte; a nossa própria
sorte, como infelizmente afirmou o Secretário de Justiça do Estado do Rio
Grande do Sul. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Mario
Fraga está com a palavra em Grande Expediente.
O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente,
Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, funcionários
desta Casa, esse espaço que a Verª Maria Celeste usou é um espaço muito nobre,
pois com ele temos, às vezes, uma única vez, em sessenta dias, dez minutos.
Cada um usa da maneira que pode. Acho que a decisão do Ver. Elói Guimarães, a
meu ver, foi sábia. Não sou um crítico contumaz, mas acho que temos que expor
as nossas idéias. E, visto que outros Vereadores já o tinham feito, acredito
que a Verª Maria Celeste tinha seu direito.
Venho para falar sobre meus assuntos, já que
preparei meus dez minutos, mas gostaria de falar um minuto para os funcionários
da Casa. O Ver. Carlos Todeschini está com um documento que nós, do PDT, não
assinamos, porque temos na Casa e na Mesa o Ver. Nereu D’Avila, que nos
representa muito bem e que, inclusive, já pediu uma reunião de Mesa com as
Lideranças para tratar de assuntos da Casa. Também quero dizer aos
funcionários, principalmente aos mais antigos, que a primeira vez que pisei
nesta Casa foi em 30 de janeiro de 1989 e, para minha satisfação, encontrei
pessoas de todas as maneiras e de todos os Partidos, como é o normal desta
Casa. Muitos funcionários não se apegam a Partidos, já que entram por concurso
público, não se atrelam à política - o que é uma coisa boa para esse
funcionário que é de carreira e merecedor deste cargo. Mas, de minha parte,
quero dizer que nunca tive problema nenhum com funcionário, muito pelo
contrário, tentei sempre zelar: como Vereador; em 1989, como Suplente; depois
no meu mandato como titular; depois em 2002, como Diretor-Geral desta Casa - e
quem me acompanhou sabe que eu já havia falado que o Orçamento, naquela época,
já não dava para as necessidades da Casa. Em 2002, tínhamos Secretários fora
daqui e trabalhando no Governo, que eu acho que é uma extensão.
Quero dizer que estou na luta de vocês, quero-me
colocar à disposição mais uma vez, como tenho feito aqui, para o núcleo do PDT
da Casa. Os funcionários têm todo o direito de luta. Mas o que eu queria mesmo
falar para os funcionários é: depois que fizermos um meio-acordo com a
Administração da Casa; no ano que vem, Presidente do Sindicato, Presidente do
Gecapa, em janeiro ou em dezembro deste ano, que a gente comece a tratar desse
assunto para não termos os problemas que estamos tendo neste meio do ano, para
não interromper os trabalhos da Casa. No mais, muito obrigado, desculpem-me por
ter me estendido nesse assunto.
Falando do meu mandato nesta Casa, eu queria dizer
que tenho trabalhado bastante, principalmente em relação às praças, às
comunidades mais carentes. Temos trabalho, em especial, Verª Mônica, com a
Secretaria Municipal do Meio Ambiente, dirigida pelo Secretário Beto Moesch,
que tem ajudado muito as comunidades, tem atendido por intermédio do Sr. Édson,
Secretário Substituto, e do Sr. Márcio, Diretor de Praças e Jardins. Eu queria
deixar esse registro, Verª Mônica, do quanto a SMAM tem nos ajudado.
Queria informar que a SMAM refez alguns trabalhos
nas praças do Município de Porto Alegre. As praças vão-se desgastando com o
tempo; se ninguém pede reparo, elas vão-se terminado, ficando somente a área da
praça. Acredito que o Secretário Beto tem todas as condições de continuar
tocando esse trabalho. E quero agradecer por ele ter feito esse trabalho numa
praça na Vila Elisabeth, no bairro Sarandi; na Intercap, tem cuidado das três
praças em torno dos blocos; no Rubem Berta, na avenida principal; no Partenon,
na entrada, tem cuidado da Praça Jaime Telles; na Grande Cruzeiro, na avenida,
tem feito um trabalho junto inclusive com o nosso DJ Cassiá, que faz um
trabalho intitulado o ”Domingo Alegre”. Na Restinga, onde tem aquele povo que
mais precisa, nós temos trabalhado bastante com a comunidade de cem mil
moradores. Às vezes, as pessoas dizem aqui que a Restinga tem trezentos,
quatrocentos mil. Não, a Restinga tem uma base de cem mil moradores e trinta e
dois mil eleitores. Também lá temos trabalhado a parte da saúde, e quero
aproveitar para parabenizar o Coordenador de Saúde daquela área, Dr. Thiago
Duarte, nosso companheiro do PDT, médico há muito tempo, que tem trabalhado e
atuado naquela comunidade. Inclusive, no sábado passado, conseguiu dois ônibus
para transportar as pessoas até o Postão da Vila IAPI para fazerem uma
avaliação. O Dr. Thiago trouxe dois ônibus; quase 140 pessoas, para que fossem
tratadas, para que se fizesse uma avaliação da necessidade de cirurgias ou não.
Nós, do PDT, neste momento, temos de relevar
algumas coisas, estamos começando o Governo, mas temos de mostrar, Ver. Márcio
Bins Ely, que já estamos fazendo algumas coisas. Na nossa comunidade, em Belém
Novo, para nossa satisfação, no posto de saúde, estamos avançando, estamos
melhorando e vamos ir para o terceiro turno. E esse terceiro turno já é uma
conquista antiga, só que chega o dia 30 de agosto e todos os Governos, sem
exceção, terminam com esse terceiro turno. Então, a nossa luta, em Belém Novo,
pelo posto de saúde, Ver. Nereu, é pela permanência do terceiro turno. No
inverno nós temos mais carências, Ver. Dr. Goulart, com as doenças, mas o
terceiro turno seria necessário não só no inverno. Então, nós temos feito um
apelo ao Dr. Pedro Gus, para que continue com o terceiro turno nesses bolsões
mais pobres, para que a comunidade tenha acesso à Saúde após às 18 horas.
O Sr. Dr. Goulart: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sempre lembrando, Vereador, que
nós temos uma lei que passou aqui neste Parlamento, indicando o terceiro turno
na Saúde para Porto Alegre. Que a lei se cumpra, e os postos vão ficar abertos.
O SR. MARIO FRAGA: Muito bem,
Vereador, vamos tentar ver se cobramos isso aí, mesmo que seja uma cobrança
amigável da nossa parte. Nós queremos é resolver e não criticar.
Também quero falar dos 21 programas do Plano
Plurianual que o Governo Fogaça trouxe a esta Casa. Quero lembrar algumas ações
que serão feitas no plano de Governo do Fogaça nesses próximos três anos. Um
deles é: “Lugar de Criança é na Família e na Escola”; de nossa parte, do PDT,
achamos muito importante essa ação do Governo Fogaça e esperamos que a Secretária
Marilu, se não conseguir na totalidade, que consiga atingir grande parte do
objetivo desse Programa. Temos, ainda, a “Gurizada Cidadã”, Projeto junto à
Secretaria de Esportes, na qual o Ver. João Bosco Vaz tem-se saído muito bem.
Ele lançou aqui uma campanha na segunda-feira, lançou uma campanha na Sogipa
hoje; tem cuidado dessas crianças. É lógico que nós não vamos conseguir, Sr.
Presidente, tirar todas as crianças da rua, mas o Ver. João Bosco Vaz tem feito
um esforço muito grande. E eu queria deixar esse reconhecimento ao Ver. João
Bosco.
Eu queria fazer uma prestação de contas do que
temos feito, pelo que temos lutado. Quero agradecer aos meus Pares do PDT,
principalmente, pelo carinho, pela atenção que a Bancada tem-me dispensado, por
intermédio do Ver. Nereu D’Avila, da Verª Neuza Canabarro, do Ver. Ervino
Besson, do Ver. Márcio Bins Ely e, em especial, do nosso Líder, Ver. Dr.
Goulart, que tem me dado algumas tarefas, as quais eu tento fazê-las a contento
da nossa Bancada.
Como eu também estou exercendo a Vice-Liderança do
Governo Fogaça nesta Casa, juntamente com a Verª Mônica Leal, que é a nossa
outra Vice, juntamente com a Verª Clênia Maranhão, que é a Líder nata do
Governo, por ser do PPS, por ser uma pessoa ligada à Casa, por ser uma pessoa que
tem conhecimento da Cidade, eu queria agradecer também quando faço os acordos
para votação. Eu quero dizer, mais uma vez, que esta Casa é uma Casa política:
ontem nós fizemos um acordo, e a Bancada da situação do Governo Fogaça vai
cumpri-lo hoje. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrado o
Grande Expediente.
Passamos às
O Ver. Luiz Braz está com a palavra em
Comunicações.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, é verdade que o Vereador deve dar mais atenção aos
problemas de Porto Alegre e deve ater-se menos às questões nacionais,
internacionais. Eu sempre fui partidário dessa tese, sempre procurei, quando
ocupei esta tribuna, na maioria das vezes, falar sobre coisas ligadas à nossa
Cidade, mas fica muito difícil não comentarmos aquilo que está acontecendo,
hoje, no restante do nosso País que, obviamente, envolve o destino de Porto
Alegre e tem muito a ver com o que nós vamos ou não vamos poder fazer no dia de
amanhã.
Eu assisti ontem, assim como eu acredito que todo o
País assistiu, àquela entrevista dada pelo tesoureiro do Partido dos
Trabalhadores, o Sr. Delúbio, um homem de São Paulo que, há muito tempo, cuida
da tesouraria do PT. Há alguns dias ele se negava a atender à imprensa e a dar
entrevistas, e o que me chamou atenção foi que ele apareceu, apresentado pelo
presidente do Partido, Sr. José Genoíno, e leu aquilo que estava escrito à sua
frente. Eu sempre fui um homem de comunicação, desde os 13 anos de idade, e
aprendi um pouquinho a respeito de comunicação e de como as pessoas se
comportam em frente a um microfone, tanto perguntando como respondendo a
questões. Eu vi que o Sr. Delúbio não estava à vontade como deveria estar se
estivesse lendo um texto escrito por ele mesmo. Ele estava lendo alguma coisa
que haviam preparado para ele. Logo depois que leu o texto, que parece que
alguém preparou para ele, os repórteres começaram a fazer perguntas, e o
tesoureiro do PT começou a titubear para dar as respostas. E, quando dava as
respostas, elas eram induzidas ou pelo presidente do Partido, que estava a seu
lado, ou por sua esposa, que estava atrás e escrevia diversos bilhetinhos, para
que ele pudesse falar aquilo que estava sendo orientado. Quando o Presidente
José Genoíno percebeu que o Sr. Delúbio estava se enrolando, imediatamente se
ergueu e disse que a entrevista estava terminada, que ninguém poderia perguntar
mais nada. E as coisas ficaram assim.
Logo em seguida - isso apareceu no jornal de uma
das emissoras de televisão, deve ter aparecido em todos os jornais ontem -,
veio o Sr. Lula da Silva, que é Presidente deste País, depois de vários dias
sem autorizar o seu Partido a criar a CPI ou a consentir na criação da CPI,
para explicar que agora ele queria as investigações totais, gerais, mas só dos
Correios. É claro, não pode alargar-se, tem que ficar só nos Correios, no
“mensalão” não pode. E, para falar isso, também se valeu de um texto escrito e
não foi capaz de falar de acordo com o seu próprio entendimento, o que ele
poderia fazer para que nós ficássemos convencidos de que ele queria que
houvesse realmente a investigação.
O Sr. Nereu D’Avila: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Prezado Ver. Luiz Braz, quero
cumprimentá-lo pelo pronunciamento que está fazendo. Só para acrescentar ao
discurso de V. Exª o seguinte: disse V. Exª que o Governo ainda não quer também
a CPI do “mensalão”. Ontem, eu falava na tribuna que, 24 dias depois, inclusive
do uso de verbas fantásticas, de todo o poderio do Governo para obstaculizar a
CPI dos Correios, a opinião pública obrigou a que essa CPI fosse instalada, e
ela está sendo instalada hoje. E o jornalista Jânio de Freitas brilhantemente
disse no jornal Folha de S. Paulo de ontem que tangido - usou este verbo - pela
opinião publica o Governo foi obrigado a fazer isso. E hoje eu digo a V. Exª,
tangidos novamente pela opinião pública, que é insustentável não sair a CPI
também do “mensalão”. Para concluir, agradecendo a V. Exª, digo que, com
orgulho, o PDT, o PPS e o PV já estão praticamente com as assinaturas colhidas
no Congresso para a instalação inadiável, exigida pela Nação brasileira,
inclusive por setores fortes do PT, da CPI do “mensalão”. Porque é
inacreditável, Ver. Luiz Braz, que uma acusação desse teor, que pode incluir
dez, vinte, cem, trezentos Deputados, não seja afinal esclarecida, quem pagou e
quem recebeu esse tal de “mensalão”.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Nereu, V. Exª é um Vereador
inteligente, experiente, preside o seu Partido aqui nesta Região, e eu posso
dizer a V. Exª, na minha opinião, que essa CPI somente terá validade se
realmente a minoria puder fazer as investigações, ficando com a presidência e a
relatoria. Se esse golpe que está sendo perpetrado lá dentro da própria CPI for
vitorioso, para que a Constituição seja rasgada, seja atirada para um canto, se
a presidência ou a relatoria forem repassadas para alguém do Governo, acho que
a CPI vai acabar sendo um engodo. Porque não é justo que o Governo, que está
sendo investigado, acabe indicando seus próprios membros para poder fazer essa
investigação. Eu acho que uma CPI só tem validade - e essa CPI só vai ter
validade - se na instalação, que vai se dar logo mais às 16h, horário em que
está marcada a instalação da CPI, na eleição dos seus membros, dos dirigentes e
do Relator, a minoria estiver ocupando esses postos. Aí eu posso acreditar que
realmente nós vamos chegar a um resultado que vai ser fiel às investigações que
vão ser feitas. Senão, eu acredito que, infelizmente, vamos ser vítimas de um golpe.
E eu não gostaria disso, porque vai ser muito ruim para toda a sociedade
brasileira, para toda a Nação brasileira; vamos perder a credibilidade como
instituição política.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN (Requerimento): Sr. Presidente,
acabo de chegar de um enterro de um porto-alegrense muito querido por todos
nós, inclusive encontrei nesse enterro o nosso Deputado Reginaldo Pujol e o
Delegado Müller. Trata-se de um compadre meu, Capitão Luís Jolar Leão Pires, de
tradicional família de Porto Alegre, um enterro muito grande, sensibilizou-nos
a todos, com a bandeira do Internacional e a faixa de Campeão Brasileiro sobre
o caixão. Gostaria, em homenagem a esse cidadão porto-alegrense, de solicitar
um minuto de silêncio pelo seu falecimento.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Deferimos o
pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver.
Maurício Dziedricki está com a palavra em Comunicações.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, servidores desta
Casa, sempre atentos à nossa realidade, à dificuldade que vivemos, aos anseios
da Casa, que hoje estão aqui presentes nas nossas galerias, público que nos
assiste pelo Canal da TVCâmara, povo de Porto Alegre: eu tenho tido a
oportunidade de me dedicar um pouco, nas funções do meu mandato, a entender e a
buscar equações que sejam aproveitadas para o investimento na área do emprego,
na formação e na qualificação profissional das pessoas, dos nossos
trabalhadores que, de forma tão singela, procuram oportunidades e não encontram
no mercado.
Eu quero registrar aos meus Pares que ontem foi um
dia especial, ontem nós tivemos duas grandes atividades que trataram do
microcrédito, dos programas de auxílio econômico àqueles menores, àqueles que
têm maiores dificuldades, àqueles que somam 95%, 96%, 97% da nossa população,
que dependem de linhas de crédito e investimentos para sustentar, para fomentar
e investir em novas áreas. Ontem, no período da tarde, pela Comissão Municipal
de Emprego, no teatro do Sesc, lá estiveram mais de trezentas pessoas se
dedicam a essa causa, procurando definir linhas e políticas de investimentos no
microcrédito, que começa lá com duzentos reais e vai até cinco mil reais.
Inclusive não há necessidade, em algumas instituições, de regulamento, de
filiação, de inscrição em determinados órgãos da Prefeitura, do Governo do
Estado. Ou seja, podem-se beneficiar também os nossos comerciantes ambulantes,
com quem nós, repetidamente, temos oportunidade de conversar, de conhecer,
motivados pela iniciativa que coube a eles de promover o comércio e uma fonte
de renda para as suas famílias.
Lá no teatro do Sesc, tivemos a Comissão Municipal
de Emprego, em que estiveram presentes o Fórum Gaúcho de Microfinanças, Sebrae,
Garantia/RS, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banrisul, Caixa/RS,
ICC/Portosol, Sicredi e outras entidades que narraram de que forma conduzem
suas atividades, suas linhas de crédito, suas linhas de microcrédito e
de que forma, hoje, nós podemos estar tratando as políticas de inclusão social
pelo emprego, políticas que visem à dignidade, ao resgate das cooperativas, ao
associativismo; de que forma trataremos esse assunto é uma grande dúvida que eu
ainda tenho.
Lá eu tive oportunidade de ver algumas das minhas
maiores questões sanadas, porém existem inúmeras outras que eu tenho certeza de
que trataremos na nossa Comissão, a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos
Humanos, porque no dia 24 de junho, aprovado por aquela Comissão, realizaremos
um fórum com parceria da Assembléia Legislativa para recepção dos estudiosos
nesse assunto, para tratar deste tema: empreendedores. O empreendedorismo tem
de começar também, prioritariamente, com aqueles que mais precisam de
investimento, com aqueles que hoje, no banco, não conseguem ter oportunidades
de crédito, mas que, através do microcrédito, conseguem montar seus pequenos
negócios, conseguem fazer, muitas vezes, um comércio familiar, a empresa
familiar, consolidando, assim, os seus investimentos.
E, na noite de ontem, pude representar um pouquinho
desses anseios em Cachoeirinha, onde nós temos, através da Associação Comercial
de Cachoeirinha, de uma cooperativa de crédito e da Prefeitura Municipal,
políticas de investimento para essa área.
Eu fiquei pensando de que forma Porto Alegre
tratará desse assunto. Como nós, Parlamentares, representantes da sociedade,
vamos assumir esse conceito de investir naqueles que menos têm, naqueles que
mais precisam? Eu tenho certeza de que os Vereadores desta Casa hão de se dedicar,
de se debruçar sobre esse tema e fazer com que ele tenha real importância para
a economia de Porto Alegre, uma vez que hoje - e isso é prova categórica,
segundo a Fundação de Economia e Estatística - os nossos trabalhadores não têm
qualificação suficiente para postularem as suas vagas de emprego. Esses
programas de microcrédito, esses investimentos devem ser feitos e ser
promovidos para que aquelas cooperativas, aquelas associações de bairro,
aqueles clubes de mães possam ter uma política de regramento correto, explícito
e de apoio com o que acontece hoje na proposta dessa nova Prefeitura, de
transversalidade, atingindo todas as Secretarias, todas as instituições. Que o
Poder Público, que a iniciativa privada, que a sociedade civil organizada possam
se dar as mãos para construirmos cada vez mais oportunidades para aqueles que
menos têm.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, hoje eu desejo fazer
a inserção nos Anais desta Casa de um artigo do Deputado Federal Eliseu
Padilha.
Mas, antes, Sr. Presidente, quero comunicar a V.
Exª que já entrei com Projeto de Resolução, protocolado, fazendo com que os
Secretários que hoje recebem pela Câmara Municipal passem a receber pelo
Executivo. Eu sei da disposição deles, do seu espírito público, sei que eles
vão abrir mão dos vencimentos pagos pela Câmara e vão receber pelo Executivo,
porque o valor até é o mesmo. Então, de qualquer forma, eu até penso que eles
tomarão a iniciativa de comunicar à Casa que passarão a receber pelo Executivo.
Mas eu vejo muitas reclamações aqui sobre a
administração do Governador Rigotto. Eu gosto mesmo é de Porto Alegre, por isso
quero que os Anais da Casa do Povo de Porto Alegre contenham o artigo escrito
ontem, no Jornal do Comércio, pelo Deputado Federal Eliseu Padilha, ex-Ministro
dos Transportes. (Lê.) “O metrô é agora ou nunca! Motivado pela crescente balbúrdia
na mobilidade urbana da Grande Porto Alegre, volto a falar sobre a urgência
para a implantação da Linha 2 do metrô, que vai da Fiergs, na Av. Assis Brasil,
em Porto Alegre, até a Azenha. Retorno ao tema para insistir no óbvio. É
impossível solucionar o caos no trânsito urbano sem o transporte sobre trilhos.
Metrô sempre é a melhor opção, especialmente para cidades com mais de um milhão
de habitantes. As vantagens são muitas: tarifa acessível, melhor qualidade de
vida da população, menos congestionamentos e acidentes de trânsito, redução da
poluição atmosférica e sonora, pontualidade, conforto, segurança, rapidez e
limpeza. Em 1997, como Ministro dos Transportes, tentei iniciar a implantação
da Linha 2 do Trensurb, com base em Estudo de Viabilidade da Expansão do
Sistema. Infelizmente o Prefeito de então dizia que o metrô era uma obra
desnecessária e ‘megalomaníaca’ e que o transporte rodoviário atenderia
satisfatoriamente à população. Fatores e interesses políticos impediram a obra
do metrô.
“Paralelamente, Prefeitos de outras seis capitais -
Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro -,
preocupados em bem servir os seus cidadãos e, portanto, alheios às questões
partidárias, uniram-se ao Ministério para implantar e ampliar seus sistemas.
Hoje, à exceção de Salvador e Fortaleza - em implantação -, aquelas capitais já
são atendidas pelo serviço.
“A esperança ressurgiu em 2005, com a parceria
anunciada pelo Prefeito, pelo Ministro das Cidades e pelo Governador, ao
assumirem compromisso público de tudo fazer para dar início às obras. Passado
esse tempo e com o aporte de recursos da CIDE ao orçamento do
Ministério, ampliou-se a expectativa de que, finalmente, o Ministro Olívio
Dutra tomaria a iniciativa de propor ao agora Prefeito José Fogaça e ao
Governador Germano Rigotto a sonhada parceria. Puro engano. O fato é que
chegamos ao meio de 2005 e nada aconteceu.
“Porto Alegre não pode permanecer no passado. A
Capital merece um transporte coerente com seu porte e com seu nível de desenvolvimento.
Merece o seu metrô! Nossos cidadãos devem unir-se para cobrar dos homens
públicos uma atitude cívica e definitiva. Não se pode permitir que o bem-estar
das pessoas fique à mercê de querelas políticas ou desídias. É agora ou nunca!”
Na realidade, o PT, nos seus dezesseis anos de
Administração, nem ao menos quis discutir publicamente o metrô! Não participou
como deveria ter participado de um fórum que aqui foi realizado, para o qual
trouxemos autoridades de fora do Estado e do País também. Agora aqueles que
criticam o Governo Rigotto, aqueles que desejam criticar o Governo Fogaça que
tragam o metrô para Porto Alegre, porque todos os cidadãos de Porto Alegre
precisam dele. Vamos falar em Porto Alegre agora e sempre! Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Neuza
Canabarro está com a palavra em Comunicações.
A SRA. NEUZA CANABARRO: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores presentes neste plenário, no dia de hoje nós estamos nos
dedicando a “recordar é viver”, como diz a Verª Maria Celeste. Eu trouxe, do
jornal Folha de São Paulo, do dia de hoje, na página 3, um artigo do Eduardo
Jorge Martins Alves Sobrinho, que foi Deputado Federal pelo PT, de 1987 a 2003,
Secretário Municipal da Saúde de São Paulo, nas gestões de Luíza Erundina e
Marta Suplicy. E ele diz, de forma muito interessante, Ver. Todeschini (Lê.):
“Em outubro de 2003, eu estava me desligando do PT após 23 anos de militância
estilo revolucionário ‘quase’ profissional. É importante lembrar que o Partido
estava no seu auge. Presidência recém-chegada, Bancada poderosa no Congresso
Nacional, Prefeitura de São Paulo...”, enfim, chegamos ao Governo. “Em certo
fim de semana, naquela época, encontrei-me no Ibirapuera com um amigo,
companheiro de fundação do PT. Ex-padre, cristão e socialista idealista, queria
saber as razões da minha saída silenciosa e discreta. Expliquei que quase 15
anos no Diretório Nacional me firmaram uma convicção: sob a liderança stanilista
de José Dirceu, o PT não tinha mais espaço para a disputa democrática de idéias
que tinha sido um dos fatores de seu crescimento. [...] O casamento do
autoritarismo, fisiologismo e financiamento milionário de campanhas políticas e
máquinas burocráticas mataria a alma do PT. Mas isso era uma realidade que eu
tinha visto na cúpula. Os quadros intermediários, de base e eleitores não
tinham ainda essa vivência que só o tempo faria emergir com toda a clareza. O
padre não ignorava de tudo o que eu falava. Era observador arguto do que
acontecia na administração de São Paulo, laboratório-mor deste novo PT.
Argumentava, porém, que não tínhamos opção. Um insucesso do Governo Lula seria
verdadeiro apocalipse para a esquerda. Uma derrota por dez ou vinte anos para
as causas populares no País. Um retorno a perder de vista da direita ao
Governo. Quase o fim da democracia...
“É essa visão que oprime como uma camisa-de-força
os petistas, obrigando-os a seguir adiante num apoio fanático, mesmo quando as
evidências dos erros do Governo Lula se escancaram. É a falta de um verdadeiro
batismo de democracia que o socialista precisa para aceitar uma característica
elementar neste tipo de regime: a alternância de Partidos nos Governos. Se um
Partido de direita, de centro ou de esquerda vai mal, o povo o substitui por
outro. Isso é bom, necessário. O mundo não acaba se um Partido de esquerda
fracassar no Governo e é substituído pelo voto por outro grupo político. É
assim na Espanha, Itália, Japão, Nova Zelândia, Índia etc.
“[...] Hoje, quando o País assiste estarrecido e
decepcionado a essa seqüência de escândalos, com o Partido apodrecendo à luz da
TV, o que nos resta esperar? A meu ver, existem três possibilidades: primeiro,
vamos torcer para Lula não ser atingido pela lama e para que ele finalmente
tome uma atitude e lidere a exclusão de toda essa facção autoritária [...]
Segundo, se Lula e a maioria de PT se aferrarem em impedir as investigações e
em manter as alianças fisiológicas, o futuro vira uma loteria. [...] Terceiro, o
processo se arrasta indefinido até outubro. As tendências que apóiam Lula se
desmoralizam, e os grupos marxistas leninistas e trotskistas capturam um PT
cambaleante na eleição do Diretório Nacional, em outubro de 2005. Também aqui o
PT será outro.” Portanto, Eduardo Jorge pergunta: “O PT acabou?”
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. Sebastião Melo.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
venho a esta tribuna para comunicar que estamos protocolando, junto a esta
Casa, um Pedido de Providência, solicitando a prorrogação de uma semana, após o
dia 20 de setembro, após o desfile, para os tradicionalistas desfazerem o
Acampamento Farroupilha; hoje eles só têm um dia para isso. Estamos pedindo
para que esse prazo seja prorrogado até o dia 30 de setembro.
Outro Pedido que estamos fazendo à Casa, Sr.
Presidente, é que nós, Vereadores, em conjunto, possamos analisar o Projeto a
respeito do conjunto habitacional popular que está sendo construído próximo à
Rodoviária, na antiga Estação Férrea, na chamada Vila dos Papeleiros, na Av.
Voluntários da Pátria. Nós achamos que, por ser aquele terreno de muito valor,
seria bem mais em conta para a Prefeitura a permuta desse terreno, com vista a
aproveitar o seu valor e atender a um maior número de pessoas carentes.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, nobre Vereador. Eu
queria discutir esse assunto com V. Exª e emitir a opinião de que esse terreno,
destinado ao reassentamento dos papeleiros - inclusive eles sofreram um
incidente, um incêndio muito forte no início do ano, na virada do ano -, é ali
justamente porque as pessoas têm como atividade econômica a reciclagem do papel
e do lixo. Portanto, estando em moradias, em assentamentos distantes da área,
essa atividade seria inviável. Por isso, é defendido que eles estejam ali, e
assim são nos países adiantados.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: A gente tem
que respeitar o entendimento dos Vereadores, mas este Vereador julga que
reciclagem de lixo não é uma profissão menos nobre do que as demais; agora,
parece-nos que o Centro da Cidade não é um local próprio para a reciclagem de
lixo.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Bernardino, é importante
lembrar que o Regime Urbanístico atual não permite a construção das 213 casas
lá, e não está na entrada da Cidade.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Muito
obrigado, Ver. João Antonio Dib.
Então, fica aqui o nosso alerta, para que possamos
pensar sobre esse Projeto, sob pena de novamente vermos ali meia dúzia de
pessoas sendo atendidas num terreno nobre da Cidade. O nosso objetivo é atender
a um maior número de pessoas.
Também vamos protocolar, no dia de hoje, um Projeto
de Resolução, Sr. Presidente. Temos notado que há uma prática nesta Casa, um
costume de os Vereadores pedirem a contagem, o levantamento das presenças, e
aquele que pede sequer marca a sua presença. Nós achamos que isso fere um pouco
os princípios e vamos entrar com um Projeto de Resolução no sentido de que o
voto do Vereador que solicita o levantamento de quórum conste obrigatoriamente.
Nós também aumentamos o tempo de um minuto e meio para três minutos, Sr.
Presidente, porque, muitas vezes, não há tempo para nos deslocarmos dos nossos
gabinetes, ou até mesmo do mictório ali, para podermos dar presença e estamos
dando poder ao Presidente de, visivelmente, confirmar a presença, já que hoje
as nossas Sessões são filmadas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª
Sofia Cavedon.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, tendo em vista a exigüidade do tempo e o que eu
tenho que falar, não vou permitir apartes.
A ilustre Verª Maria Celeste falou aqui sobre a
Segurança do nosso Estado. Eu até pensei que ela fosse Deputada e não
Vereadora, mas acho importante que ela tenha feito isso, principalmente porque
usou de recursos modernos, pelo qual a cumprimento, mas não pelo conteúdo.
Sobre o conteúdo, eu devo dizer, como já dizia um Vereador: “Ora, vejam só,
quem falando, o Partido dos Trabalhadores!” Justamente quem achincalhou com a
Segurança em nosso Estado, quem partidarizou a Brigada Militar, indicando
afilhados onde podia e não podia, quem acabou com a hierarquia na Brigada e na
Polícia Civil: era Cabo tentando mandar em Sargento; era Sargento mandando em
Capitão; era Inspetor querendo mandar...
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª
permite um aparte?
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu disse que
não ia dar aparte, acho que V. Exª não ouviu.
Para acabar com toda essa problemática, leva muito
tempo. Ainda hoje temos resquícios dessa desorganização na Segurança. A
Segurança tem dificuldade, sim, e muitas especialmente por falta de recursos
para investimentos. E por que o Estado não tem recursos? Porque a Administração
do Governo Olívio Dutra deixou as finanças públicas em péssimo estado. Só o
déficit do caixa único foi de seis bilhões de reais, só no caixa único. Mandou
a Ford embora, um investimento grande para o nosso Estado, e a empresa foi-se
instalar na Bahia; também não permitiu que outras empresas se instalassem aqui
no Rio Grande do Sul. E o que isso resultou? Acabou com as opções de
desenvolvimento do nosso Estado. Ora, acabando com as opções de
desenvolvimento, o que isso trouxe? O que isso gerou? Desemprego. E o que o
desemprego gera? Gera miséria. E, tristemente, a miséria muitas vezes - nem
sempre, mas muitas vezes - leva à delinqüência, ou seja: a bandidagem aumentou
no Rio Grande do Sul, tristemente. E nós estamos trabalhando, fortemente, em
Segurança, com seriedade. De uma coisa a sociedade pode ter certeza: a
prioridade da Segurança é o cidadão e não o bandido. Chega de ver Secretário de
Segurança abraçado com o bandido! O nosso Secretário de Segurança está abraçado
com o cidadão.
E eu queria falar, nesse minuto que me resta, que
ainda ontem estive na Escola Profissionalizante Calábria, lá da Vila Nova, que
tem seiscentos alunos em ensino profissionalizante. Essa Escola não recebe um
centavo de verbas públicas, ela vai ser obrigada, agora, em julho, a reduzir cem
vagas do curso de informática porque não tem recursos. É uma entidade de
educação que precisa do apoio público. Estarei contatando a FASC para que faça
lá os cursos profissionalizantes a fim de aumentar o nível de emprego em nossa
Cidade. A Educação deve ser prioridade, chega de gastar em outros recursos que
não a Educação. Nós temos de investir na nossa obrigação de aplicar 30% na
Educação, o que não vem sendo feito, há 15 anos, na nossa Capital.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Valdir Caetano.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, gostaria de apresentar à Verª Maria Celeste e a
toda Bancada do Partido dos Trabalhadores a minha solidariedade nesse momento
tão difícil da quase impossibilidade de defesa das suas teses, das suas
convicções, inclusive pessoais, eu conheço e sei da magnitude e da
magnanimidade da sua postura.
Hoje eu ouvia a Vereadora num programa de rádio, e
ela dizia das maravilhas da Polícia Federal, apurando todo um sistema de
irregularidades que desestrutura e que põe em xeque o atual Governo. Mas eu
gostaria também de perguntar à Verª Maria Celeste se é bom para o País que a
própria Polícia Federal passe a investigar o Governo Federal. Não que a Polícia
Federal não seja competente, não que a Polícia Federal não esteja dando uma boa
demonstração de trabalho no País, mas, quem sabe, a questão da CPI tenha sido
um erro de avaliação tão grosseiro a ponto de o Governo investir milhões de
reais impedindo, através de benesses aos senhores Deputados, a realização dessa
própria CPI? Mais do que isso, o apequenamento da CPI dos Correios, extraindo
dela, do seu útero, a questão fundamental do “mensalão”, em que estão
envolvidos o Partido dos Trabalhadores e diretamente as estruturas do Congresso
Nacional.
Essas questões foram ontem debatidas na Nacional do
Partido dos Trabalhadores, e chegamos à conclusão de que o Sr. Delúbio Soares
vai abrir as suas contas bancárias para a Nação! Nós não queremos saber da
conta bancária do Sr. Delúbio, a questão não tem nada a ver com contas
bancárias do Sr. Delúbio; a questão tem a ver com a conta bancária do Partido
dos Trabalhadores, é uma questão de política, é uma questão de poder, é uma
questão de interferência no Poder. Por isso e por esses erros estratégicos do
Partido dos Trabalhadores que há um comprometimento imenso da sua grandeza como
Partido, Ver. José Ismael.
O Sr. José Ismael Heinen: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre colega, só para referendar o que V.
Exª está colocando: seria maravilhoso para o País se pudéssemos ter uma CPI por
ano, porque essa Polícia Federal trabalharia bem mais. Foi só lançar uma CPI
que eles estão prendendo todo o mundo neste País. Era isso.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Muito
obrigado, Ver. José Ismael.
Mas o que me deixa muito preocupado é que nessa
Nacional, Verª Maria Celeste... Nesse mês, no “assembleísmo” do Partido dos
Trabalhadores, se tivessem discutido a Ford, a Linha 2 do metrô, o Porto dos
Casais, quem sabe teríamos mais dez mil, vinte mil novos empregos e talvez uma
infelicidade menor num País onde o desemprego é terrível - e o desemprego é
terrível no Estado -, onde essas questões de desenvolvimento fizeram com que se
passasse a cometer erros grosseiros contra toda a sociedade, seja na área de
desenvolvimento, seja na área do Governo.
A Srª Maria Celeste: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Só uma correção na fala do Ver. José
Ismael: a Policia Federal já prendia antes da questão da CPI. Vamos ver a
questão das quadrilhas dos concursos, foram presas mais de cem pessoas
envolvidas, antes da questão da CPI.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Um aparte do
aparte, então.
Nós não queremos, absolutamente, saber sobre
abertura de conta nenhuma; queremos o esclarecimento de uma questão nacional,
porque toda a oposição brasileira hoje quer o Presidente Lula - que a ele seja
garantida a sua participação como Presidente da República - até o último dia do
mandato. Vai ficar na Presidência até o ano de 2006. E mais do que isso: só
sairá de lá pelo voto, porque neste País a democracia não está atingida quando
se pede uma CPI.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrado o Período de Comunicações.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do
Regimento)
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC.
Nº 3198/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 102/05, de autoria do Ver. Professor
Garcia, que altera a redação do art. 1.º e o caput do art. 2.º
da Resolução n.º 1.011, de 18 de
agosto de 1989, que institui o Prêmio Jurídico Otávio Francisco Caruso da
Rocha, possibilitando que a concessão do prêmio seja mediante proposição de um
Vereador por Bancada.
PROC.
N.º 3220/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 160/05, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que
estabelece a obrigatoriedade de troca de papel-moeda por moeda para o pagamento
de tarifa no Sistema de Estacionamento Rotativo, Área Azul Eletrônica de Porto Alegre.
PROC. N.º 3242/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 161/05, de autoria do
Ver. Carlos Comassetto, que institui a Semana Cívica da Restinga a ser
realizada, anualmente, no período compreendido entre o primeiro e o segundo
sábado do mês de setembro, e estabelece sua inclusão no Calendário de Eventos
Oficiais de Porto Alegre.
2.ª SESSÃO
PROC.
Nº 4195/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 275/01, de autoria do Ver. Adeli Sell, que dispõe
sobre o uso obrigatório de bolsa coletora de fezes para cavalos que circulam em
locais públicos no âmbito do Município. Com Emenda n.º 01.
PROC.
0705/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 023/02, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que dá
nova redação à Lei nº 8.023, de 24 de julho de 1997, que dispõe sobre o
reajuste da tarifa do transporte coletivo do Município, e dá outras
providências. Com Substitutivo n.º 01.
PROC.
4338/03 - SUBSTITUTIVO N.º 01, que
institui a Semana Municipal de Prevenção e Combate à Osteoporose no Município
de Porto Alegre, que será realizada, anualmente, no mês de março, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 321/03, ambos
de autoria do Ver. Sebastião Melo.
PROC. N.º 2942/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 140/05, de autoria do
Ver. Elias Vidal, que veda a realização de concursos públicos, no Município de
Porto Alegre, no período das 17h de sexta-feira às 20h30min de sábado.
PROC. N.º 3044/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 099/05, de autoria do Ver.
Márcio Bins Ely, que altera a redação do caput do art. 2º da Resolução
n.º 1.344m de 24 de junho de 1997, e alterações posteriores, que institui o
Prêmio Mérito Sindical, acrescentando a palavra preferencialmente, após
a expressão Plenário da Câmara Municipal.
PROC.
0417/02 – SUBSTITUTIVO N.º 01, que inclui parágrafo único no art. 10 da Lei n.º
8.133, de 12 de janeiro de 1998, e alterações posteriores, que dispõe sobre o
Sistema de Transporte e Circulação no Município, passando o Município, a EPTC e
as Concessionárias a responder, individual ou solidariamente, por acidentes,
danos, furtos ou prejuízos que os veículos dos usuários venham a sofrer nos
locais delimitados para o estacionamento rotativo pago, nas vias ou logradouros
públicos, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 016/02, ambos de
autoria do Ver. Sebastião Melo.
PROC.
0121/05 - SUBSTITUTIVO N.º 01, que cria o Conselho
Municipal do Orçamento Participativo, com base no art. 101 da Lei Orgânica do
Município de Porto Alegre, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO
LEGISLATIVO N.º 007/05, ambos de autoria do Ver. Bernardino
Vendruscolo.
PROC. N.º 3169/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 159/05, de autoria da
Ver.ª Clênia Maranhão, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto
Alegre à Doutora Marlova Jovchelovitch Noleto.
PROC. N.º 3221/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO
N.º 103/05, de autoria do Ver.
Ibsen Pinheiro, que dá nova redação aos arts. 173 e 179 da Resolução n.º 1.178,
de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara Municipal
de Porto Alegre), que tratam da ordem de votação.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a Pauta hoje está
calma, há apenas três novos Projetos de Lei.
A Casa tem uma preocupação muito grande com a
criação de Prêmios, tem uma preocupação muito grande com a instituição de dias
e de semanas. Depois, quando a Câmara institui um Prêmio, ela trata,
imediatamente após, de desvalorizá-lo. E eu, lamentavelmente, vi reiteradas
vezes isso acontecer aqui. Os Prêmios são estabelecidos, no meu entendimento,
para homenagear quem merece e não para promover os Vereadores e as Bancadas.
Porque, de repente, nós homenageamos uma figura extraordinária que merecia o
nosso voto e que recebeu, mas era um a cada ano. De repente, alguém propõe que
seja um por Bancada. Será que fariam a mesma coisa com o Prêmio Nobel? Acho que
não. Por isso é que o Prêmio tem valor, não só pelos valores que são pagos
àqueles que são premiados, mas porque é muito difícil chegar lá.
Nós tínhamos o Prêmio Mário Eichenberg, que era um
Prêmio que não havia sido outorgado a ninguém e era uma vez por ano. Eu tive o
prazer de propô-lo, a Casa aceitou por unanimidade, e ele foi entregue lá na
Sociedade de Engenharia para alguém que merecia aquele Título. Mas era um por
ano. Depois, passou a ser um por Bancada. Então, eu acho que desvaloriza, perde
o efeito, perde o valor daquela homenagem que nós queremos fazer.
E o meu amigo Professor Garcia está querendo que o
Prêmio Jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha seja entregue mediante proposição
de um Vereador por Bancada. Então, nós daríamos doze. Vejam: mais um malefício
pelo excesso de Partidos que este País tem; nós teríamos doze. Eu sei da
inteligência e da sensibilidade do meu amigo Professor Garcia e acredito que
ele vai repensar. Vai repensar.
Nós tínhamos Prêmios extraordinários aqui e, de
repente, nós diminuímos o valor. Eu lembro que o ex-Senador, ex-Ministro, o
grande jurista Paulo Brossard de Souza Pinto recebeu o Prêmio Otávio Caruso da
Rocha. No dia em que ele recebeu o Prêmio, ele deu uma verdadeira aula de
democracia, uma verdadeira aula de Parlamento, e, para tristeza nossa, nesse
dia, não havia taquigrafia, porque assim fora determinado, a televisão não
funcionou, e ninguém gravou. Só nas nossas memórias ficará a aula extraordinária
do Professor Paulo Brossard de Souza Pinto. Mas eu vou apelar: repensem, vamos
deixar valer os Prêmios, não vamos diminuir.
E o mesmo com o Projeto do meu amigo Ver. Carlos
Comassetto, que é sobre a Semana Cívica da Restinga. Não sei se vai resolver os
problemas da Restinga, mas espero que haja menos problemas e mais soluções.
Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Eloi Guimarães): A Verª Mônica
Leal está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MÔNICA LEAL: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
venho a esta tribuna para apresentar aos nobres colegas Vereadores um Projeto
de Lei de minha autoria que estabelece a troca de papel-moeda por moeda no
Sistema de Estacionamento Rotativo, Área Azul Eletrônica de Porto Alegre.
Hoje em nossa Cidade, nos lugares mais
movimentados, a maioria das pessoas que necessita estacionar seus veículos
utiliza o estacionamento da Área Azul. Sabemos também que as pessoas que
utilizam a Área Azul Eletrônica efetivam o pagamento por meio do parquímetro,
que é um equipamento de uso coletivo que emite automaticamente o tíquete de
estacionamento, garantindo total autonomia e liberdade ao usuário para
aquisição do comprovante e tempo de permanência no estacionamento.
O sistema implantado em nossa Cidade é louvável,
porém, como o parquímetro só aceita moedas e o cartão, os usuários muitas vezes
acabam enfrentando o problema de conseguir tais moedas, perdendo muito tempo e
até deixando de utilizar o estacionamento por falta delas. Tal situação tem
gerado reclamações dos usuários e dos estabelecimentos comerciais que quase
sempre se obrigam a realizar a troca do papel-moeda por moeda.
O que venho propor neste Projeto é que a empresa
responsável pela operacionalização do Sistema de Estacionamento Rotativo, por
meio de funcionários, disponibilize a troca de papel-moeda por moeda,
facilitando assim a utilização de serviços para os seus usuários. Fica claro
que o presente Projeto de Lei atende ao interesse público, pois facilitará a
utilização do estacionamento rotativo eletrônico, que foi criado com o intuito
de beneficiar a população do nosso Município e que hoje, na maioria das vezes,
por falta de moeda, enfrenta sérios transtornos.
O Sr. Maurício Dziedricki: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Agradeço e quero fazer um registro
pessoal, pois muitas vezes me encontrei impossibilitado de conseguir a moeda e
deixei o carro em situação irregular. Acho que o seu Projeto vem para o bom
entendimento do convívio social, da fluência do nosso trânsito e,
principalmente, da fiscalização. Então, conte com o meu apoio para o que for
necessário no sentido da aprovação, para que o nosso agente de trânsito possa
também trocar papel-moeda por moeda corrente, que seja usada nas máquinas de
fiscalização.
A SRA. MÔNICA LEAL: Obrigada,
Vereador.
Eu também
me encontrei várias vezes nessa situação e já contatei com os agentes de
trânsito, que colocaram que seria muito melhor se eles pudessem fazer essa
troca de papel-moeda por moeda.
Assim,
peço atenção especial de todos os Srs. Vereadores na análise desse Projeto que
estabelece a troca de papel-moeda por moeda no sistema de estacionamento da
Área Azul Eletrônica de Porto Alegre, isso certamente vai beneficiar a
comunidade porto-alegrense. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) A Verª
Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ADELI SELL: Meu caro
Presidente, Ver. Elói Guimarães; colegas Vereadores e Vereadoras, senhoras e
senhores, está em discussão preliminar de Pauta um Projeto meu, antigo por
sinal, tanto que pessoas de outros lugares o conhecem, no caso bem especial de
Poços de Caldas, que solicitou esse meu Projeto, que hoje foi transformado em
lei municipal. Trata-se de uma cidade importante, é uma cidade turística, onde
são utilizadas charretes para passeios na cidade, e todos os cavalos utilizam
uma bolsa coletora de fezes.
Para algumas pessoas pode parecer limitado, pode parecer
um assunto secundário, pode não ser importante, mas, para quem conhece Porto
Alegre, para quem circula por todos os cantos desta Cidade, é um verdadeiro
descalabro ver nos parques da nossa Cidade fezes dos animais da Brigada Militar
que fazem o policiamento e dos animais das carroças que circulam.
Temos aqui uma discussão com o Ver. Sebastião Melo,
que tem um Projeto estabelecendo um prazo para a Prefeitura acabar com essa
história das carroças. Nós até fizemos uma Emenda encurtando esse prazo, porque
acho que temos condições, hoje, de fazer isso. Esse Projeto já é lei numa
cidade de Santa Catarina, da qual não me recordo o nome neste momento -
informaram-me dias atrás -, a cidade solicitou esse Projeto para nós. O
Secretário de Turismo de Poços de Caldas ligou-me para dizer que tinham acabado
de aprovar um Projeto naquela cidade com base naquilo que fizemos aqui, um
Projeto muito simples; isso existe em várias outras partes do mundo, mas agora
quero dizer que já existe no Brasil, que copiaram do nosso Projeto, já é lei.
Portanto, gostaríamos que esse debate fosse feito sem preconceito ou chacota,
como alguns já fizeram pela imprensa. Eu não me importo com essas coisas,
afinal de contas, quero uma cidade limpa; para mim, cidade legal, Ver. João
Dib, é cidade limpa.
Há um outro Projeto de minha autoria que está na
Casa tratando dos flanelinhas: cidade legal é cidade sem extorsão, é cidade sem
flanelinha; cidade legal é onde as pessoas obedecem às leis, como o senhor
tanto fala aqui; se fosse assim, não teríamos os problemas da Cidade Baixa, e o
senhor não teria tido o estresse que teve nas últimas reuniões da sua Comissão.
Muito simples, muito tranqüilo. O Projeto está aí, vamos debatê-lo; quem acha
que está errado, vota contra; agora, sem enrolação. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria
Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, dos Projetos que
estão em discussão de Pauta no dia de hoje, chamam-me a atenção alguns deles,
sobre os quais eu gostaria de tecer comentários.
Primeiro, o Projeto da Verª Mônica Leal, que aqui
fez a defesa e o discurso sobre a questão do seu Projeto estabelecendo a
obrigatoriedade da troca de papel-moeda por moeda para o pagamento de tarifa no
Sistema do Estacionamento Rotativo - Área Azul. Por diversas vezes já me
encontrei em situações bastante complexas e difíceis para estacionar, quando
não tinha moedas para acessar o estacionamento rotativo. Tem-se que parar o
carro e procurar comércio perto para efetuar a troca. Realmente, o Projeto da
Vereadora traz uma questão importante para a Cidade no sentido da praticidade
para o usuário do estacionamento rotativo.
E nós já fizemos essa discussão quando da sua
implementação, quando o Projeto veio a esta Casa, e parece-me que o sistema não
comporta essa função. Talvez tenhamos que verificar junto à EPTC, de uma forma
mais pontual nesse sentido, fazendo um questionamento mais direto, porque a
impressão que tenho é de não havia essa possibilidade. O sistema comporta
apenas um tipo de moeda, e não é toda a moeda. Muitas vezes, tenta-se colocar
uma moeda de um real, e a máquina não aceita, às vezes são necessárias moedas
de centavos, de valor menor. O equipamento é muito complexo e muito sensível na
parte do recebimento dessas moedas. Então, eu penso que talvez deva ocorrer uma
consulta, uma diligência ao setor técnico para saber se esse tipo de máquina
comporta essa sugestão. Eu quero dizer aqui, publicamente, que sou favorável ao
Projeto da Verª Mônica Leal.
O segundo Projeto é o Substitutivo que cria o
Conselho Municipal do Orçamento Participativo, Projeto de Lei Complementar de
autoria o Ver. Bernardino Vendrusculo. Quero reafirmar a posição da nossa
Bancada, já conversávamos sobre isso com o Ver. Bernardino: somos literalmente
contra a institucionalização do Orçamento Participativo. Já existe uma
Secretaria que trabalha esse processo; inclusive nós aprovamos a alteração do
nome da Secretaria. Na nossa gestão, o Orçamento Participativo estava vinculado
ao GAPLAN. Hoje, a Secretaria responsável por todo o processo do Orçamento
Participativo é a Secretaria de Governança Local. Entendemos que não há
necessidade de um Projeto que vá institucionalizar o Orçamento Participativo na
Cidade, uma vez que já há um regramento, já há toda uma questão posta, uma
cultura envolvendo a questão do Orçamento Participativo, que a atual gestão já
reafirmou como promessa de campanha e que tem colocado também em prática, como
vimos, no decorrer da primeira rodada do Orçamento Participativo.
Preocupa-me quando nós tentamos colocar leis,
institucionalizar aquelas questões que, culturalmente, no decorrer da história
da Cidade, como Orçamento Participativo, já são tranqüilas, claras. Nós, pensando
em elaborar uma lei, em vez de ajudar e colaborar com o processo, estaremos
certamente atrapalhando mais, uma vez que já está instituído em toda a Cidade e
tem funcionado, como funcionou nesse último período e como funcionou nos
dezesseis anos da nossa Administração. Então, eu penso que não é necessário que
se faça esse Projeto, embora o Ver. Bernardino tenha apresentado o Substitutivo
- e confesso não ter lido o conteúdo desse Substitutivo ainda, mas me parece
desnecessário -, uma vez que já está acoplada a questão do Orçamento
Participativo na Secretaria de Governança Local do Executivo. Obrigada, Sr.
Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver.
Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, pena o Ver. Professor
Garcia não estar aqui para debatermos a instituição do Prêmio Jurídico
Francisco Caruso da Rocha, o qual possibilita a concessão do Prêmio mediante
proposição de um Vereador da Bancada.
Nós estamos fazendo uma alteração no Prêmio; por
sinal, esta Câmara aqui, na nossa opinião, tem de rever a questão dos Prêmios e
reduzir o seu número; tamanha é a quantidade de Prêmios. Temos até o Prêmio
Apito de Ouro, para juízes de futebol. Acho que não temos, no Rio Grande do Sul
ou na cidade de Porto Alegre, mais do que cem ou duzentos juízes de futebol, o
que não é uma corporação, não é uma classe. Então, essa questão de premiar
juízes de futebol me parece que poderia ser encaixada em qualquer outro Prêmio
- o mérito de um juiz de futebol.
Nós temos, na Casa, alguns Prêmios que, pela
questão técnica, pela questão de conhecimento, de base e de avaliação do
mérito, realmente, não deveriam ser da iniciativa dos Vereadores.
Nós estamos propondo que o Prêmio Mário Rigatto, na
área da Saúde, tenha a indicação de um conselho formado por todas as entidades
médicas do Rio Grande do Sul. Não se pode, pela simpatia, pela preferência
eleitoral ou pelo dividendo secundário, dar Prêmios - em que a produção
científica é fundamental - a pessoas para as quais os Vereadores não têm
critérios de avaliação do mérito. Nós já tivemos verdadeiras aberrações aqui na
Casa a respeito desse assunto. Mas, como na maioria dos casos temos acertado,
nós podemos diminuir o nosso número de erros fazendo com que essas pessoas
sejam premiadas com o aval de quem mais conhece a especialidade, em qualquer
área. E por isso acho que temos de remodelar isso aí.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Parece-me, meu caro Ver. Claudio Sebenelo, exemplar a
sua posição quanto aos Prêmios. Creio que, inclusive, na linha desse seu
argumento, outros Prêmios exigiriam esse parecer e essa indicação prévia, não
de uma corporação necessariamente, mas como V. Exª acabou de colocar, pelo
conjunto das entidades - que seriam quatro ou cinco -, entidades renomadas da
Cidade que apresentariam o pedido para a Câmara, e a Câmara daria ou não o
aval. Parece-me que esse deve ser o caminho. Se eu entendi bem a sua proposta,
eu estou alinhado com a sua posição, pois também concordo que há um conjunto de
homenagens duvidosas. Às vezes, nós acabamos as apresentando até por uma tradição,
mas acho que é a hora de rever essa tradição. Eu espero que, neste ano de 2005,
a gente possa rever alguns equívocos. Um pouco de autocrítica não faz mal a
ninguém. Obrigado.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Eu que
agradeço, o seu aparte foi valioso.
Nós achamos indispensável tentarmos impedir o
abastardamento desses Prêmios. Se cada Vereador tiver o direito de homenagear
um médico, um advogado por ano, vamos ter tantos Prêmios, e a substância, a
solidez do Prêmio vai acabar por se desfazer. Por outro lado, eu gostaria de
propor que esses Prêmios deixassem de ser anuais para serem bianuais. Obrigado,
Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Sr.
Presidente, nós estávamos numa comissão de Vereadores acompanhando a questão
relativa à família Silva - que é o primeiro quilombo reconhecido no Brasil -
mas, infelizmente, fomos comunicados de que o Juiz encarregado do caso, o Dr.
Luiz Carlos Lacerda, já expediu liminar para ser cumprida pelo Oficial de
Justiça. Então, nós queremos apelar à Líder da Bancada governista para que
reiterasse, novamente, os mecanismos no sentido de reverter essa decisão. O
Ver. Raul Carrion, o Ver. Carlos Comassetto e alguns Deputados estão, neste
momento, na Casa Civil, empenhados em resolver essa situação, por ser uma
situação muito grave. Obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está feito o
registro de Vossa Excelência. Encerrada a discussão de Pauta. O Ver. Nereu
D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, está-se decidindo em
Brasília uma questão que transcende, no nosso entendimento, os problemas
paroquiais, porque se trata do destino das instituições brasileiras. A ilustre
Dora Kraemer, do Jornal do Brasil, jornalista de escol, jornalista do mais alto
gabarito desta Nação, disse ontem, num epíteto chamado “tangidos”: “Tangido
pela opinião pública, pelo bafo da sociedade brasileira, é que o Governo,
depois de 24 dias, consentiu a instalação da CPI dos Correios”. Respeito,
também, a opinião de Jânio de Freitas, a opinião de Tereza Cruvinel, de Clóvis
Rossi, enfim, de todos eles, jornalistas de escol deste País.
A Folha de São Paulo publica hoje a crítica de uma
pessoa chamada Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho, 55 anos, Médico
Sanitarista, Secretário Municipal do Meio Ambiente de São Paulo, do Partido
Verde, que já foi Deputado Federal pelo PT de São Paulo, de 1987 a 2003, e
Secretário Municipal da Saúde de São Paulo nas gestões de Luíza Erundina e
Marta Suplicy - portanto não é um livre atirador o jornalista que faz críticas
aqui, ali e acolá; é um militante com 23 anos de militância a estilo
revolucionário, “quase” profissional, como ele mesmo se descreve. Ele diz o
seguinte, como já a ilustre Verª Neuza Canabarro ressaltou nesta tribuna, mas
eu quero explicitar melhor (Lê.): “Expliquei que quase 15 anos no Diretório
Nacional me firmaram uma convicção: sob a liderança stalinista de José Dirceu,
o PT não tinha mais espaço para a disputa democrática de idéias que tinham sido
um dos fatores do seu crescimento. Ele caminhava agora celeremente para se
tornar um misto de PCB piorado com PTB também piorado. PTB, não de Getúlio e
Brizola, e sim de Ivete Vargas.” Continua Eduardo Jorge, 23 anos de PT: “O
casamento do autoritarismo, fisiologismo e financiamento milionário de
campanhas políticas e máquinas burocráticas matariam a alma do PT”. E por aí
vai. Então, não se diga que são críticos contumazes ou irresponsáveis os
jornalistas que querem apenas atingir o Governo PT. Não. São homens dessa
responsabilidade que dizem isso que eu acabei de ler do Partido dos
Trabalhadores.
E hoje está sendo instalada, possivelmente neste
momento, a Comissão Parlamentar de Inquérito relativa aos Correios. E o Governo
titubeante, tangido pela opinião pública - como disse Dora Kraemer, do Jornal
do Brasil -, foi obrigado, finalmente, a instalar, a engolir a CPI e a recolher
uma verba vultosa que estava distribuindo fartamente aos Deputados para
enterrar a CPI dos Correios. E, agora, novamente, o PT resiste à CPI do
Mensalão.
Mas, como eu disse ontem, vozes que já saíram do
PT, como Eduardo Jorge, que escreve na Folha de São Paulo, e outras vozes que
ainda permanecem no PT, como o Senador Paim, estão também colhendo assinaturas
para que se instale a Comissão Parlamentar de Inquérito do Mensalão, porque a
opinião pública brasileira perplexa não admite que uma acusação desse teor, de
que havia um “mensalão” para Deputados Federais - que são quinhentos e tantos,
não se sabe se para dez, para quinze, para vinte -, conspurque o Legislativo
brasileiro. Se for mentira? Bom, então o Sr. Roberto Jefferson irá para o fundo
do poço, será enterrado, crucificado como mentiroso e irresponsável. E, por
presidir um Partido do porte e da tradição do PTB, como fez acusações
infundadas e irresponsáveis, será cassado e expurgado para sempre até do
território nacional!
Agora, se forem verdadeiras as acusações - ele diz
que tem provas, até já está citando o nome de pessoas que teriam recebido, de
presidentes de Partido inclusive -, então, terão de averiguar para não ficar
como se todos os 513 Parlamentares estivessem envolvidos, inclusive os 31 do
Rio Grande, mas, apesar dos pesares - graças a Deus! -, em nenhum repousa
qualquer suspeição de qualquer tipo das acusações feitas pelo Sr. Roberto
Jefferson. Por isso é necessário, impostergável que essa CPI do Mensalão seja
estabelecida e os responsáveis punidos na forma da lei, se eles existirem, com
as provas necessárias. Essa é uma exigência, não do Congresso, mas de todo o
povo brasileiro hoje, no qual esta Câmara certamente se inclui.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª
Manuela d'Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MANUELA D'ÁVILA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiramente eu
gostaria de voltar a registrar, aqui neste plenário, uma vez que mais
Vereadores se fazem presentes, a necessidade de que todos nós, por
compreendermos a trajetória do povo negro neste País e neste Estado, lutemos
pela manutenção do quilombo da família Silva no bairro das Três Figueiras aqui
em Porto Alegre. Neste momento, alguns Vereadores já regressaram, mas há
diversos Deputados do nosso Estado e Vereadores desta Capital que se fazem
presentes lá para garantir o direito, que foi adquirido por lei, de a família
Silva permanecer nos espaços de reminiscência quilombola.
Também acho importante compartilhar com todos vocês
que hoje, aqui nesta Câmara, tivemos o prazer, Ver. Adeli, de conversar com o
Rodrigo Abel, aqui do nosso Estado, que está hoje compondo a nossa Secretaria
Nacional da Juventude. Ele é um dos seis executores dessa Secretaria, que,
junto com outros jovens companheiros, recomeça e pensa o trabalho relativo às
políticas públicas para os jovens no nosso País. Cabe salientar que, exatamente
neste momento da história do nosso País, o que debatemos no Governo Federal, no
âmbito da nossa Secretaria, com a sociedade civil, com os movimentos juvenis
organizados, é a criação do Conselho Nacional da Juventude, que será composto
pela sociedade civil, pelas entidades juvenis e por personalidades que têm
trabalho destacado na luta em defesa da ampliação dos direitos da juventude em
nosso País.
E digo isso porque é verdade que vivemos uma grande
crise no nosso País, Ver. Nereu D'Avila, mas nem por isso o nosso Governo
Federal, o Governo do Presidente Lula, deixou de lutar para que essas denúncias
sejam apuradas na sua totalidade, lutar para que nós consigamos, na realidade,
retirar esse mal quase crônico da corrupção na máquina estatal do nosso País.
Mas, nem por essa luta, nem por termos tantas denúncias, nem por termos a
tentativa dessa oposição raivosa em criar uma crise institucional no nosso
País, nem por isso o nosso Governo Federal deixou de trabalhar, de refletir, de
construir alternativas para mudanças neste País.
É verdade que este é um Governo em permanente
disputa. Sim, é verdade que nós temos um braço mudancista e um braço que, por
vezes, tenta manter a ordem das coisas como elas estão. Mas é verdade que nós
temos um Presidente comprometido com o fim, com o extermínio, com a liquidação,
de uma vez por todas, da corrupção neste País. Eu não me canso de abrir as
páginas dos jornais, inclusive os da nossa Capital, e encontrar mais e mais gangues
da corrupção dos órgãos públicos deste País, como foi a do INSS, sendo presas,
detidas, tendo, portanto, todas as denúncias apuradas. E mais: mesmo quando
elas envolvem personalidades como recentemente aconteceu em São Paulo com o
filho do nosso rei Pelé, envolvido no tráfico de drogas.
Ou seja, este País vai para frente, este Governo é
comprometido com a mudança, mas, sobretudo, este Governo e os seus dirigentes -
seu núcleo central - são comprometidos em apurar todas essas tristes denúncias,
que nos entristecem, Ver. Nereu, envergonham, porque nós sabemos que essa
tentativa de criação de uma crise institucional por parte desses reacionários
que permanecem vivos no nosso País, na realidade, respinga em todos os espaços
políticos e descredencia a todos nós.
Nós não queremos ver - e temos a convicção de que
não vamos ver - os jovens deste País desacreditados como são hoje na política.
Porque vamos construir um novo Brasil, vamos averiguar todas as denúncias e
conseguir construir mais e mais vitórias para a juventude brasileira, que sofre
tantas desigualdades, que vive com tanto desrespeito e com tão poucos direitos
nos dias de hoje. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. Aldacir Oliboni assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Sr.
Presidente, gostaria de encaminhar um Requerimento (Lê.): “Sr. Presidente, as
Bancadas que este subscrevem requerem a V. Exª que sejam sustadas as medidas de
contenção de despesas anunciadas na reunião da Mesa Diretora ocorrida em 02 de
junho de 2005 (Ata nº 13/2005) e que seja marcada uma reunião do Colégio de
Líderes desta Casa para tratar do assunto. Além disso, seja retomada a reunião
regular de Lideranças desta Casa, conforme acertado no início deste ano. Sala
das Sessões, 09 de junho de 2005.” Assinado aqui pela Bancada do PT, PSB, PP,
PFL, PMDB e PCdoB.
(O Ver. Elói Guimarães reassume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA. MANUELA D’ÁVILA (Requerimento): Sr.
Presidente, tendo em vista que recebi agora, posteriormente a minha assinatura,
a convocação para a reunião de Líderes, peço a V. Exª que considere as duas
outras questões deste Requerimento: o pedido dessas Lideranças de que as
medidas sejam sustadas até a reunião de amanhã e que retomemos ao nosso fórum
regular do Colégio de Líderes com a Mesa nesta Casa.
O SR. MARIO FRAGA: Sr.
Presidente, gostaria de fazer um esclarecimento. A Bancada do PDT não assinou o
presente Requerimento, porque intempestivo, visto que já há uma reunião marcada
para tratar desses assuntos amanhã e que nós temos o Ver. Nereu D’Avila como
participante da Mesa. Muito obrigado; para ficar bem esclarecido aos
funcionários da Casa.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu acho que
está claro, há um Requerimento aqui assinado por vários Vereadores. Eu devo
dizer, para esclarecer, que recebo o documento, só que já está definida uma
reunião da Mesa amanhã às 10h e, com as Lideranças, às 11h.
O SR. NEREU D’AVILA: Sr.
Presidente, eu lamento dizer a V. Exª - até partiu deste Vereador, com anuência
de V. Exª ontem - que era reunião somente da Mesa, e nós passamos para as
Lideranças para enfrentar esse assunto. Agora, eu acho que não vai bem o
encaminhamento da situação: primeiro, um e-mail acusando os Vereadores
de terem isso e aquilo nos seus gabinetes. Ora, isto é uma instituição; se
fechar a Casa, fecha tudo; então, eu acho bom que não se expulsem os Vereadores
da Casa. Não está bem isso.
Segundo, eu acho que também não podemos inutilmente
“fazer jogada para a torcida”, quero dizer, um Requerimento, agora, subscrito
para suspender, de hoje para amanhã?! Vamos ser sérios, vamos encaminhar isso
com seriedade, porque, senão, nós estaremos dando um atestado daquilo que não
somos. Somos interessados em resolver os problemas de todos, de modo a que não
haja prejuízo, mas tudo dentro do bom senso. Eu lamento esses encaminhamentos,
Sr. Presidente. Eu lamento, porque, ao final e ao cabo, da maneira como estão
encaminhando, vai haver prejuízos. Eu acho que nós devemos encaminhar com mais
responsabilidade as questões.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): É
perfeitamente compreensível, Vereador. Vossa Excelência pode fazê-lo em nome da
Casa.
A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
De uma maneira muito transparente, o Partido dos
Trabalhadores e o Governo Lula são favoráveis a todas as formas de apuração. O
Presidente, ontem, se manifestou e disse que é preciso, se for o caso, “cortar
na própria carne”, com muita dor, com muito sofrimento; nós queremos manter a
ética, a integridade do nosso Partido, queremos apuração, investigação e
punição de todos os culpados.
E também é preciso repetir que apenas no Governo de
São Paulo, do PSDB de Geraldo Alckmin, foram
impedidos pela base governista mais de quarenta tentativas de CPIs.
Eu quero dizer algo que diz respeito a um conceito:
o PT, o meu Partido, do qual eu tenho muito orgulho, é um Partido só - em Porto
Alegre, em Cacimbinhas, no Brasil, no Estado do Rio Grande do Sul -, e todos os
Partidos são um Partido só - o PMDB é o PMDB do Sebastião Melo, é o PMDB do
Governo Federal também -, e é assim com o PTB, e é assim com o Partido
Progressista. Agora, nós assumimos todos os problemas do nosso Partido. Pode
acontecer no Nordeste, no Norte, o PT do Rio Grande do Sul é o PT. Nós temos
diversidade interna, direito a tendências; discordamos internamente, mas temos
unidade na defesa do nosso Partido.
Sobre o "mensalão", sinceramente, acho
que não é verdade, porque os Parlamentares do nosso País não deveriam
envergonhar esta Nação, não deveriam envergonhar os Parlamentares honestos do
nosso País. Mas o Deputado Jefferson acusou. Ele, que era da tropa de choque do
Collor, denunciou a instituição, no Congresso Nacional, de um
"mensalão". Agora, se há alguém que paga, há alguém que recebe, Verª
Mônica. Se há um corruptor, há um corrupto; se há acusadores, muitos agora já
podem se transformar em acusados. Basta assistir à televisão para ver que há
uma mudança no tom de setores da oposição que nos acusavam. Agora, isso é
nefasto. O “mensalão” é um crime nefasto para a política, porque são pessoas
que fazem uso do exercício da política para tirar proveito pessoal. Eles querem
levar vantagem da política.
O que eu quero dizer, para concluir, é que, se a
gente se basear só na imprensa, Ver. Luiz Braz, a imprensa também diz que o
“mensalão” - eu li ontem na Folha de S. Paulo - foi instituído pelo Governo
passado, pelo Ministro das Comunicações. Eu acredito que não haja “mensalão”
nem no Governo passado, nem neste. Então, essa denúncia de mesada pelo Roberto
Jefferson atingiu o Partido Progressista, atingiu a base aliada do PL; dessa
forma, eu quero uma manifestação desse Partido também aqui no Rio Grande do
Sul; não basta o Ministério Público, a Polícia Federal. Agora, eu creio que a
CPI deva ser instituída, porque devemos examinar dentro do Congresso.
Nós, do Partido dos Trabalhadores, achamos que o
Presidente da República tem de chamar as instituições deste País, a Ordem dos
Advogados, a CNBB, a Associação Brasileira de Imprensa, a UNE, as centrais
sindicais para chegar a fundo, para apurar toda a verdade deste Governo e, se é
que existia, no Governo anterior.
Nós temos de tirar uma lição, ninguém pode querer
tirar proveito duma crise que há no País, assim como Carlos Lacerda fez com
Getúlio Vargas, como tantos outros fizeram com João Goulart. E eu fico bastante
espantada com alguns setores da oposição que ficam debatendo e discutindo as
questões internas do PT. Dizem que o Zé Dirceu é stalinista. Isso é um problema
nosso, do Partido dos Trabalhadores, de como ele se comunica com os militantes.
Então, é um Partido que tem um patrimônio ético de
moralização, que lutou pela liberdade, que lutou contra a ditadura, contra a
tortura, tem esse patrimônio, e nós só podemos dizer, olhando nos olhos das
pessoas, com a cabeça erguida, que defendemos o nosso Partido. Se houver algum
problema, que ele seja apurado, mas que a verdade inteira venha à tona. Venha à
tona a verdade: se há corrupção ou se há aqueles que fazem com que a política
não seja um exercício do bem comum no nosso País. Muito obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
(O Ver. Aldacir Oliboni reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
Sras Vereadoras, Ver. Nedel, senhoras e senhores, sou um admirador
da cultura da Verª Margarete Moraes, sempre elogiei a sua conduta, quando
esteve presidindo esta Casa. Ao ouvir o início o seu pronunciamento, pensei:
“Olha, hoje vou concordar com a Verª Margarete Moraes, com relação ao seu
pronunciamento na tribuna, porque ela começou dizendo que a corrupção vem lá
das Capitanias Hereditárias.” Sem dúvida, a corrupção não é alguma coisa
inventada hoje, ela não é alguma coisa ligada apenas ao Partido de V. Exª, Verª
Margarete. Agora, não posso concordar com a Verª Margarete quando diz que os
outros é que falam que o José Dirceu é stalinista; não, quem falou isso foi o
ex-Deputado do seu Partido, José Eduardo; não fomos nós que falamos, ele falou,
apenas estamos reproduzido aquilo que falou o José Eduardo. A Verª Margarete
tenta dizer que não acredita no “mensalão”, mas diz que ele foi criado lá no
Governo passado.
Ora, Verª Margarete, nós estamos averiguando hoje o
Governo de V. Exª, o Governo do PT, e eu sempre fui partidário no sentido de
que, quando existem denúncias, quando existem indícios para serem averiguados,
principalmente com relação a Governos, devemos escancarar realmente, para que
as investigações possam ser feitas. Agora, o que está acontecendo no Governo de
V. Exª é que todos os Parlamentares, todos os setores do Partido tentam evitar
que essas investigações ocorram. Ontem, depois de muito tempo, o Presidente
Lula, lendo um documento, não falando pela sua própria cabeça, da sua
inteligência, disse que realmente não havia outro jeito, que tinha que
investigar, mas investigar só os Correios! Por que não deixar que essa
investigação seja ampla, para que possamos corrigir os erros? Não é o problema
de punir, é o problema de corrigir erros, e V. Exª sabe muito bem que, sem
acontecer isso, nós não vamos chegar a lugar nenhum.
Enquanto o discurso de V. Exª e de seus
companheiros for de que as pessoas vinculadas ao PT são puras e as outras
desonestas, de que as outras são corruptas, enquanto esse for o discurso...
Porque o Partido de V. Exª cresceu apenas pisando na cabeça dos outros, apenas
destruindo os outros, destruindo instituições, não permitindo que os lugares
administrados por outros Partidos pudessem chegar a algum lugar. E aí sabe o
que aconteceu? Porto Alegre, que foi administrada pelo Partido de V. Exª
durante dezesseis anos, encruou; nós não conseguimos crescer. Quem duvidar do
que estou falando, por favor, faça uma visitinha a Curitiba ou a Florianópolis
e veja o que esses locais cresceram, e nós ficamos para trás por causa desses
dezesseis anos.
Recebemos aqui a notícia de que estávamos sendo
administrados por pessoas altamente puras e honestas, eles sempre acusaram
todos os outros de não serem puros e honestos. Ora, eu acho que esse discurso é
falso e não ajuda. Eu acredito que nós devemos hoje, sim, todos nós, estar
juntos nessa CPI, ou nessas CPIs, se for preciso criar mais de uma, mas
acredito que uma pode averiguar tudo, para colocar os remédios, para a cura das
feridas, uma pode chegar a contar para o povo brasileiro aquilo que está
acontecendo hoje no Governo Federal, que, infelizmente, se chafurdou na lama.
Hoje nós precisamos, como sociedade - e a sociedade toda está pedindo isso -,
fazer com que essa lama que tomou conta do Governo Federal possa, de alguma
forma, ser limpa, para que o Governo possa continuar, realmente, sendo
transparente, ou que seja um Governo transparente.
E uma das coisas pela qual nós devemos zelar é para
que aquelas pessoas que nos conduzem e nos governam sejam pessoas em quem
possamos acreditar. Ninguém quer ser contra a ninguém apenas por ser. Mas nós
não podemos também concordar que alguém faça um discurso de honrado, de decente
e, na verdade, na prática, acabe cometendo atos que não comprovem essa
honestidade, essa decência.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, meus colegas Vereadores e minhas colegas Vereadoras, inicialmente
quero dialogar com o meu colega Ver. João Antonio Dib. Quero dizer, Ver. João
Dib, que requeri a V. Exª uma Audiência Pública para tratar da questão dos
lojistas dos shoppings. Vossa Excelência despachou, dizendo que eu
acostasse aos autos a materialidade daquilo que havia trazido à tribuna. Eu
quero dizer que trouxe em torno de quatrocentas informações judiciais do
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul de lojistas que hoje estão
demandando essas medidas draconianas dos donos de shoppings.
E, por falar nisso, eu estou, Ver. Nereu, com muita
vontade de votar o seu Projeto. Vossa Excelência pediu o art. 81, e eu não
entendi. Pediu o art. 81 já faz quase um mês, e ele não vem à Pauta para ser
votado. Eu estou louco para votar o negócio que isenta a questão dos
estacionamentos. Acho que está na hora de esta Casa ter uma posição sobre isso.
Essa é a primeira preliminar.
A segunda: eu queria dizer que ontem acompanhei
dois técnicos da EPTC, durante um bom tempo, na Av. Wenceslau Escobar, tratando
da questão do seu entorno, sobre a questão da ótica dos comerciantes. A Av.
Wenceslau Escobar é um pólo comercial, e, com a duplicação, a questão dos
estacionamentos ficou dramática para quem quer comprar no comércio da Av.
Wenceslau Escobar. E lá há uma forte reivindicação de alguns recuos de calçada
e, também, da colocação dos parquímetros.
Eu registro, aqui nesta tribuna, que vou fazer um
apelo muito forte - já falei por telefone, mas vou pessoalmente - ao Secretário
Senna, porque eu não posso matar, Ver. Dib - V. Exª foi Prefeito desta Cidade
-, o pouco comércio de rua que há nesta Cidade. Alargar a Av. Wenceslau Escobar
foi importante para vida da Cidade, para o Centro-Sul, para o Extremo-Sul;
agora, eu não posso matar o comércio que lá se estabeleceu, que lá fez a sua
locação e que lá dá emprego a pessoas. Então, nós estaremos levando esse
assunto ao Sr. Secretário Senna, que eu tenho absoluta certeza de que terá a
compreensão de tomar as medidas, para que possamos, num rápido espaço de tempo,
estabelecer o parquímetro nas ruas do entorno do comércio da Av. Azenha.
E, por último, eu quero comunicar a esta Casa que
ontem protocolei uma Emenda em que nós estamos passando de 2% para 5% as
transações de leasing na cidade de Porto Alegre. E faço isso porque não
é possível que os setores produtivos desta Cidade, na sua grande maioria,
tenham uma alíquota de 5% do ISS e aqueles, Ver. Oliboni, que são setores
improdutivos, porque é o sistema financeiro, tenham alíquota menor que a
estabelecida em lei, que é de 2%, pela Lei nº 116. Então, nós queremos nesta
Casa debater essa matéria em regime de urgência; fazer um grande debate a fim
de que a matéria venha para a Pauta, para que possamos votá-la. Esta Cidade
precisa, sim, ter mais recursos para Saúde, para Educação, para o saneamento
básico, precisa retirar os seus recursos de quem pode pagar, e os bancos podem
pagar. Eles devem pagar muito neste País, porque não vêm pagando, mas vêm tendo
lucro, vêm explorando a nossa gente do Brasil. Portanto, nós queremos, sim,
diminuir as alíquotas de quem produz e aumentar alíquota de quem não produz. E
esperamos contar, indiscutivelmente, com os nossos Pares para essa demanda, que
é aumentar, portanto, o ISS nas transações de leasing da cidade de Porto
Alegre. Por isso, meu Presidente, temos a certeza de que esta Casa
haverá, no seu momento oportuno, de debater e deliberar sobre essa matéria.
E mais uma vez volto a dizer ao Ver. João Dib:
espero que V. Exª, que preside uma grande Comissão nesta Casa, que é um
diligente Vereador, que é um grande Vereador, que está sempre ao lado das boas
causas, abra um espaço na agenda para que possamos marcar uma Audiência Pública
a fim de tratar da questão dos lojistas e da exploração dos donos dos shoppings
em relação aos lojistas desta Cidade. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente, gostaria de fazer um esclarecimento para que a Casa não cometa uma
injustiça com o Secretário da SMIC. Li uma matéria, nos jornais, do Ver. João
Antonio Dib, que é Presidente da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, e
ele disse que tomou uma posição, porque, na terça-feira, os Secretários foram
convidados - para nós tentarmos solucionar o problema do horário dos bares -,
mas não compareceram. Só que, nesse dia, meu caro Ver. João Antonio Dib, o
Secretário da SMIC, Idenir Cecchin, esteve na nossa Comissão, tratando,
juntamente com um grupo de vendedores ambulantes, de deficiências visuais e do
Sindicato, do shopping dos vendedores ambulantes, porque eles estão
muito preocupados com a mudança, estão muito preocupados com essa situação.
Então o Secretário ficou, praticamente, durante quase toda a tarde na nossa
Comissão, tratando desse assunto. Agora o Vereador diz que quer que cumpram horários.
Ver. João Antonio Dib, eu acho que nós, aqui na Casa, temos uma Comissão
tratando disso, nós temos que, juntamente com todos os Vereadores, achar uma
solução. Nós já tínhamos encaminhado, juntamente com um grupo de Vereadores; já
estávamos praticamente quase acertados com a Associação. Eu pediria a V. Exª,
um homem que conhece a história da Cidade, já foi Prefeito, um grande Vereador,
que retomássemos essa discussão, para que possamos, de uma vez por todas, com a
colaboração da Casa, fazer um acerto na Cidade. Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre
Presidente, todos os dias o homem aprende. Eu aprendi sobre um tempo novo nesta
Casa; este eu não conhecia, essa explicação eu não conhecia.
Eu fui claro, preciso, conciso: convidei quatro
Secretários, que confirmaram as presenças duas vezes, e não compareceram. Mas
eu não estou brabo com isso. Eu entendi.
Agora, eu não entendi é este tempo novo na Câmara.
Microfone de aparte, microfone de aparte, e o senhor preside?! Eu acho que isso
não existe. Não está no Regimento Interno. O meu querido amigo Ver. Ervino
Besson poderia falar isso com o seu amigo Ver. João Antonio Dib, para procurar
uma solução. Mas eu não conhecia essa “regimentalidade”.
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Ver. Ervino
Besson, eu pediria que, se pudesse, conversasse com o nobre Ver. João Antonio
Dib, para entrarem em um acordo, por gentileza.
O SR. ERVINO BESSON: Eu não falei
dos quatro Secretários, falei de um Secretário que esteve presente,
praticamente toda a tarde, na minha Comissão.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Ver. Oliboni,
acho que o Ver. João Antonio Dib tem razão. Qualquer Vereador pode utilizar a
tribuna, em nome do seu Partido, no tempo de Comunicação de Liderança. Nós
estamos criando tempos novos.
O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Já há o
entendimento de que as Comissões se entendam para poder viabilizar essa vinda
do Secretário.
A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero fazer
rapidamente uma referência à questão da freqüente presença dos Secretários,
respondendo prontamente às demandas do conjunto das nossas Comissões. Eu queria
fazer uma sugestão para que houvesse uma integração, ou algumas reuniões
conjuntas, para que pudéssemos otimizar essas presenças, tendo em vista que, no
mesmo dia, três Comissões demandam o mesmo Secretário. Então, como eles não são
onipresentes, não têm como estar presentes em três Comissões, talvez o
mecanismo das reuniões conjuntas possa solucionar a necessidade de os
Vereadores conhecerem mais profundamente as ações desenvolvidas pelo conjunto
das Secretarias.
Eu queria me reportar a algumas temáticas do
Município. Todos os anos, eu tenho levantado nesta tribuna a necessidade de
ações especiais para essa etapa do ano, porque o inverno acarreta uma série de
doenças típicas da estação. Então, saúdo a iniciativa da Operação Inverno aqui
no Município de Porto Alegre, com uma série de ações junto à rede de atenção
básica nos hospitais, junto com a Secretaria Municipal de Saúde, atende-se à
população, procurando enfrentar, nesta época, o aumento da incidência de
doenças respiratórias.
Queria ainda ressaltar uma outra ação do Executivo,
extremamente positiva, que também se refere a um tema recorrente durante muitos
anos nesta tribuna, que é a questão da manutenção do arroio Dilúvio e a
desobstrução dos arroios no nosso Município. Uma ação do DMLU culminou com a
coleta de aproximadamente 680 toneladas de resíduos do arroio Dilúvio através
de uma ação de mutirão. Eu acho que é um bom indicativo da política do DMLU,
inclusive o seu Presidente, o ex-Vereador desta Casa Wilton Araújo, anunciou à
população como uma ação com continuidade.
São duas ações positivas, duas ações que esta Casa,
inclusive, tinha tratado, pressionado para que o Poder Público, para que os
Governos anteriores tomassem iniciativas mais fortes, com mais resultados. Acho
que iniciamos, nesta nova gestão, esse tipo de atividade que corresponde às
demandas do nosso Município e corresponde às denuncias e pressões feitas por
esta Casa.
Eu queria ainda, nesses minutos que me restam, Sr.
Presidente, recolocar aqui o debate sobre a crise política institucional
nacional. Acho fundamental este Parlamento tratar desse tema, porque a questão
da moralidade pública não pode ser apenas um tema a ser tratado pelo conjunto
das instituições envolvidas pelas denúncias. Acho que a tomada de decisão de
instalação da CPI dos Correios é fundamental - investigar as denuncias
gravíssimas que envolviam altos escalão do Governo Federal. Mas acho ainda que
é muito importante a decisão por parte do Congresso brasileiro de instalar uma
CPI que venha investigar as gravíssimas denúncias referentes aos Parlamentares
federais com relação ao que a imprensa trata como “mensalão”. Envolve denúncias
de corrupção do Congresso brasileiro, e é preciso que não haja nenhum “pano
quente” em relação a isso, é preciso que o caso seja profundamente investigado.
Eu ainda defendo a tese de que todos os acusados de envolvimento - do Governo
Federal - nessas denúncias deveriam ser afastados pelo exmo. Sr. Presidente da
República, para que, afastados dos cargos, se tivesse a possibilidade de uma
maior investigação interna, considerando a gravidade das denúncias.
Por último, esse é um momento importante,
fundamental, para avançarmos num debate relativo às chamadas Emendas
Parlamentares. Acho que, no momento em que se denunciam "mensalões",
no momento em que se denunciam atos de corrupção envolvendo o Secretário de
Finanças do Partido do próprio Presidente da República, é fundamental a
suspensão imediata dos recursos federais, que são recursos públicos, para as
Emendas Parlamentares, até que sejam apuradas as responsabilidades, até que
sejam esclarecidos esses fatos; só a partir daí, deveriam voltar a discutir
essa questão, a existência ou não, a permanência ou não das chamadas Emendas
Parlamentares.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Professor
Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, ontem, eu tive a
oportunidade de estar na Ilha Grande dos Marinheiros, onde há um Telecentro. Eu
vou pedir a atenção da Verª Clênia Maranhão, que é a Líder do Governo. Vereadora,
eu vou pedir uma atenção especial de V. Exª, porque esse Telecentro da Ilha
Grande dos Marinheiros, que tem mais ou menos uns quinze computadores, não está
funcionando, não há linha de Internet. Sabemos das dificuldades, mas
gostaríamos de pedir a V. Exª que dialogasse junto ao Prefeito, para que
dispusesse essa linha lá para a comunidade, que é uma comunidade carente. Hoje,
essa questão da tecnologia está muito avançada. Aqui na Casa, nós temos um
Telecentro, e a Casa tem outros mecanismos; nós poderíamos, de sã consciência,
ajudar aquela população. Então, Verª Clênia, obrigado. Eu tenho certeza de que
V. Exª vai ser a interlocutora.
Ver. Dib, peço a sua atenção, V. Exª que é
Presidente da Comissão de Economia, Finanças e Orçamentos: eu já comecei a
fazer uma análise do Plano Plurianual e agora consegui me deter mais na questão
dos nove bilhões. Bom, os nove bilhões que o Prefeito apresentou são o
somatório dos quatro anos. Então, na realidade são as Receitas anuais de 2006,
2007, 2008 e 2009. Também se diz: “Ah, mas é investimento.” Na realidade,
desses nove bilhões, 12% é de investimento, que vai dar, em média, 1 bilhão e
200 mil, e a Prefeitura deve fazer investimentos em torno de trezentos mil
reais por ano nos seus diversos programas. Isso nós temos que esclarecer à
população e aos Vereadores, em seu todo, porque, quando saiu a matéria no
jornal... Nove bilhões é algo astronômico! Parece que o Prefeito tinha “tirado
da cartola” um fundo enorme com dinheiro, e nós não sabíamos de onde.
Então, conseguimos fazer uma observação mais ampla
no sentido de que esses nove bilhões, na realidade, são o somatório dos
diversos Orçamentos. Por exemplo, neste ano, o Orçamento aprovado por esta Casa
foi de 2 bilhões e 185 milhões. Posto isso, também sabemos que, desse total de
nove bilhões, 51% é folha de pagamento, despesas com pessoal; inclusive a nossa
Comissão, Ver. Dib, deve fazer uma Audiência Pública para apresentação do
quadrimestre. Nós devemos receber; vamos saber, então, quanto o Executivo está
gastando hoje com pessoal, porque não ficamos sabendo em cima disso. Mas só
queria fazer este esclarecimento para a população da Cidade, porque aqueles
mais desavisados, quando olharam a manchete dos jornais em que dizia que o
Prefeito Fogaça iria investir nove bilhões ao longo dos quatro anos... Então,
eu quero fazer o registro de que esses nove bilhões, na realidade, são os
Orçamentos dos quatro anos, mas que, em investimentos, será algo de 12%, 1
bilhão e 200, ou seja, algo em torno de trezentos mil reais, que não difere em
nada deste ano. Neste também há previsão orçamentária de trezentos milhões de
reais, algo idêntico ao que foi gasto.
Agora nós vamos nos aprofundar para verificar como
está sendo montado esse Plano Plurianual, Secretaria por Secretaria. E eu vejo
aqui o futuro Secretário Tarcísio: nós vamos tentar saber quanto a sua
Secretaria vai investir, não aquilo que nos foi apresentado apenas dos três
membros, vamos tentar entender um pouco mais. Também queremos fazer aquele
lembrete no sentido de que nós, Vereadores, temos que ter uma atenção e um
olhar especial, a partir de agora, para o Plano Plurianual, porque esse vai ser
o balizador para os próximos quatro anos, quer seja em termos de Emenda para a
Lei de Diretrizes Orçamentárias, quer seja através dos futuros Orçamentos.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Márcio
Bins Ely está com a palavra em Tempo Especial, para prestar contas da viagem
que fez a Brasília, em representação da Câmara Municipal, sem custo para a
Casa.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
ontem estive em Brasília - como salientou o Presidente, sem ônus para o
Legislativo da nossa Capital - com o objetivo de conversar com o Deputado André
Figueiredo, numa audiência, a respeito da criação do Conselho Nacional de
Juventude no Brasil. Gostaria, inicialmente, de fazer um breve relato a
respeito do Deputado André Figueiredo, em função do compromisso que ele assumiu
de carregar a bandeira e trabalhar em benefício da instalação de políticas
públicas de juventude.
O Deputado, que pertence ao meu Partido, o PDT, foi
Secretário Estadual de Juventude e Esportes do Ceará e vem desempenhando uma
destacada atuação no Congresso Nacional. Ele está participando - inclusive é o
Relator - do Projeto de Lei nº 4.529, de 2004, que dispõe sobre o Estatuto da
Juventude e dá outras providências. Inclusive há um Projeto de minha autoria
que tramita nesta Casa que institui no âmbito municipal o Estatuto da
Juventude. Então, trocamos algumas idéias a respeito das diferenças dos
Estatutos. O Estatuto que está sendo proposto em nível nacional tem 85 artigos;
o Estatuto que está sendo proposto por este Vereador tem 43 artigos e já está
tramitando na Casa. Nós já conversamos com os jovens Vereadores Maurício e
Manuela a respeito de algumas Emendas e de alguns ajustes que estaremos fazendo
para que possamos melhorar ainda mais essa legislação que visa a garantir
direitos e deveres aos jovens da nossa Capital.
Fazendo este breve relato, quero dizer que está
previamente acertado com o Governo que, no dia 16 deste mês, estará sendo
instalado o CNJ no Brasil - o Conselho Nacional de Juventude. Essa data, em
função de toda essa conjuntura política crítica que enfrenta o nosso País,
talvez fique para um pouco mais adiante, mas a data original refere-se ao dia
16 de junho. Nós então estaremos acompanhando esse que vai ser um importante
passo para a juventude do nosso querido Brasil, em função de não estarmos
participando ainda de algumas estruturas, tais como a estrutura do Fórum
Latino-Americano de Juventudes, que é uma estrutura continental que congrega
juventudes dos países andinos, dos países do Mercosul, dos países da América
Central. O FLAJ, como é conhecido, tem a participação de CNJs de toda a América
Latina e América Central e vem discutindo as políticas públicas a serem
adotadas pelos jovens no continente latino-americano.
Acho fundamental que o PDT tenha essa contribuição
também para dar, porque nós, como Juventude Socialista do Partido, temos
participado do FLAJ, não pela estrutura de representação de juventude do
Brasil, mas, sim, por participarmos de uma organização internacional, que é a
Internacional Socialista de Jovens, que, por ser uma organização internacional,
tem assento nessa entidade. Tenho a certeza de que, com a criação do CNJ no
Brasil, o Brasil passará a ter assento no FLAJ, e essa troca de idéias a
respeito de políticas públicas para a juventude vai ser muito salutar para que se
possa dar uma ênfase ainda maior para as atuações dos Governos do nosso País.
Fundamentalmente, gostaria de fazer este breve
relato a respeito dessa discussão que estamos travando com o Governo Federal,
com a nossa Bancada. Tenho certeza de que a criação de um CNJ vai representar
um grande avanço na discussão das políticas públicas a serem adotadas para os
jovens do nosso País, e o Deputado André Figueiredo é uma pessoa que tem muito
conteúdo para contribuir com esse debate.
Um grande abraço a todos os jovens da nossa Capital
que estão nos acompanhando e nos ajudando, via Internet, com as suas idéias, a
respeito da legislação que está tramitando, que é o Estatuto da Juventude, e a
todos aqueles que acreditam que as políticas públicas para a juventude possam,
realmente, contribuir com os avanços da nossa sociedade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregoamos
Requerimento, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que solicita a retirada do PLL
nº 129/02 da Ordem do Dia, nos termos do art. 81 da Lei Orgânica do Município.
Também apregoamos Projeto de Resolução, de autoria
da Mesa Diretora, alterando a Resolução nº 1.576/01, que instituiu na Câmara
Municipal de Porto Alegre quota básica mensal de custeio a materiais e serviços
para os gabinetes dos Srs. Vereadores, mediante acréscimo de custeio de
despesas de viagens.
Havendo quórum, passamos à
O SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Sr.
Presidente, mediante um consenso com a Verª Maria Celeste e a Verª Clênia Maranhão,
propomos a seguinte ordem de votação: Requerimento nº 110/05, de autoria da
Verª Maristela Maffei; PLE nº 006/05, da Reserva Biológica do Lami; PLE nº
007/05, que cria a Secretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão Social;
Requerimento nº 030/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o
Requerimento do Ver. Mario Fraga. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. N.º 110/05 – (Proc. nº 2159/05 – Ver.ª Maristela Maffei) –
requer Sessão Especial com o tema “avanços na visibilidade homossexual”, a ser
realizada no dia 17 de junho de 2005, na oportunidade serão homenageados o Sr.
Jean Wyllys Mattos e as Organizações não Governamentais vinculadas à livre
orientação sexual. (incluído em
09-05-05)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o
Requerimento nº 110/05, de autoria da Verª Maristela Maffei. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. N.º 2654/05 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N.º 006/05, que altera
denominação da Reserva Biológica do Lami que passa a se denominar Reserva
Biológica do Lami José Lutzenberger e cria o Museu José Lutzenberger. Com Emenda n.º 01.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – art. 82, §
2.º, IV da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 08-06-05.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão
o PLE nº 006/05. (Pausa.) O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para
discutir.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu pediria a atenção do Sr. Presidente e da Líder
Clênia Maranhão em relação a esta matéria. Esse pedido do Executivo solicitando
que seja dado o nome de José Lutzenberger à Reserva do Lami se choca com um
problema, pois já existe, desde 1969, outro logradouro com o nome José
Lutzenberger. O filho de José Lutzenberger, que nós queremos homenagear, parece
que tem mais um nome, se não me falha a memória, chama-se José Renato
Lutzenberger. Então, está ocorrendo uma duplicidade de logradouro, e isso tem
de ser corrigido, Sr. Presidente, para que seja votado em uma outra ocasião,
porque o Projeto do Poder Executivo apresenta a sugestão de mudança no nome da
Reserva Biológica do Lami, mas o nome é exatamente igual a de outro logradouro.
Eu não quero, com isso, atrapalhar, Sr. Presidente, mas evitar um erro
jurídico, uma vez que não pode haver o mesmo nome para dois logradouros
diferentes. Há que ser feita uma Emenda, Sr. Presidente, neste momento,
corrigindo o nome.
(Aparte anti-regimental da Verª Mônica Leal.)
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Não, mas é
que o filho possui um nome intermediário.
(Aparte anti-regimental da Verª Mônica Leal.)
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Se já existe
uma Emenda? Seria muito bom.
A Srª Mônica Leal: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu lhe informo que já foi
providenciada a devida correção.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Então, o nome
não é José Lutzenberger?
(Aparte anti-regimental da Verª Clênia Maranhão.)
O SR.
CLAUDIO SEBENELO: Pois é, nós queremos saber se já existe a Emenda, porque
nós não queremos incorrer nesse erro e invalidar o Projeto.
A Srª Clênia Maranhão: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Claudio Sebenelo, eu gostaria
de esclarecer a Vossa Excelência: acho que é legítima a sua preocupação, a sua
sugestão já foi contemplada em uma Emenda considerando exatamente a necessidade
da correção do nome, para que as placas, as denominações, ficassem José
Lutzenberger. É a Emenda nº 01 ao Projeto.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Perfeito,
muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, nós estamos aqui com representantes de oito ONGs a respeito do
Requerimento, aprovado nesta Câmara, estabelecendo que teremos, no dia 17, aqui
nesta Casa, uma Sessão Especial com o tema “Avanços na Visibilidade
Homossexual”. Essas ONGs estão querendo agradecer à Casa e também a V. Exª por
termos aprovado o Requerimento por unanimidade. Esta Vereadora se sente
profundamente contemplada, assim como as ONGs aqui presentes. Muito obrigada.
(Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Fica o
registro dos agradecimentos feitos por Vossa Excelência.
Está encerrada a discussão do PLE nº 006/05. Em
votação nominal. (Pausa.)
O SR. CLAUDIO SEBENELO (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, a Emenda nº 01 não contempla a alteração que precisa ser feita para
a votação deste Projeto. Nós teremos dois logradouros com o mesmo nome. E isso
é proibido pela Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, formalmente.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Infelizmente,
indefiro a iniciativa de V. Exª, porque nós estamos em processo de votação. São
necessários dois terços de votos favoráveis para aprovação.
Solicito o fechamento do painel. (Pausa.) Proclamo
o resultado. Eu gostaria que o protesto viesse dentro do tempo, porque fica
difícil.
O SR. IBSEN PINHEIRO: Antes da
proclamação, Sr. Presidente, quero dizer que não consegui votar, o equipamento
não respondeu.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu concordo
com V. Exª, mas tem que ser protestado dentro do tempo, tem que ser tempestivo.
O SR. IBSEN PINHEIRO: Sim, mas o
equipamento não respondeu.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Mas, dentro do
minuto e meio, o Vereador pede...
O SR. IBSEN PINHEIRO: Vamos ter que
mexer aí também no Regimento, Sr. Presidente?
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Parece-me que
é uma medida salutar. De qualquer forma, eu recolho os votos, já que a matéria
está aprovada, não haverá prejuízo.
Como vota Vossa Excelência?
O SR. NEREU D’AVILA: Sr.
Presidente, só para V. Exª ser esclarecido. O que se lê ali? “Senha incorreta”.
Tenta-se corrigir, enquanto isso se perde tempo, mas é na intenção de o
equipamento ser corrigido. Quando se vê que ele não responde, vimos ao
microfone.
Eu voto “sim”, Sr. Presidente.
O SR. IBSEN PINHEIRO: Eu voto
“sim”, também.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Márcio
Bins Ely vota “sim”. Acresçam-se mais três votos. Proclamo o resultado da votação
nominal do PLE nº 006/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 27 votos SIM.
Vou solicitar a abertura do painel e encarecer aos
Srs. Vereadores que registrem seus votos. Se o painel não funcionar, solicito
que protestem dentro do um minuto e meio. (Pausa.) O tempo só conta a partir da
abertura do painel; não abriu, não há problema, vai abrir.
Em votação nominal a Emenda nº 01 ao PLE nº 006/05.
(Pausa.) (Após apuração nominal.) APROVADA por 28 votos SIM.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
apenas um alerta à Comissão de Constituição e Justiça: na redação final, a
Emenda tem que ser modificada também.
O SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Para um
Requerimento de aditamento, Sr. Presidente. A ordem se mantém até aquele
momento, e eu adito os seguintes Projetos: PLL nº 048/05, de autoria da Verª
Neuza Canabarro; PLCL nº 001/05, de autoria do Ver. Raul Carrion. Depois os
dois Requerimentos: Requerimento nº 143/05, de autoria do Ver. Adeli Sell, e
Requerimento nº 161/05, de autoria do Ver. José Ismael Heinen.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver. Mario Fraga. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
N.º 2666/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 07/05, que cria a Secretaria Especial de
Acessibilidade e Inclusão Social na PMPA e dá outras providências. Com
Emendas n.ºs 02 e 03.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82,
§
1º, III, da LOM;
-
retirada a Emenda n.º 01;
-
incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 06-06-05.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o
PLE nº 007/05. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir.
O SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, a responsabilidade do
ordenamento administrativo de uma Prefeitura, de um Estado, de uma nação é dos
seus governantes. Portanto, a responsabilidade pela organização e o ordenamento
dessa Secretaria é do Governo Municipal de Porto Alegre, sobre a gestão do
Professor José Fogaça, do seu Vice-Prefeito, dos seus Secretários, dos Partidos
que lhe dão sustentação.
A nossa Bancada - a Bancada do Partido dos
Trabalhadores - votou favoravelmente a Secretaria da Juventude e fez um
conjunto de argumentações, um conjunto de questionamentos e vai continuar
cobrando aquilo que aqui foi acertado sobre aquela Secretaria.
Nesse particular, hoje esteve aqui - já foi dito
pela Verª Manuela d’Ávila - o Sr. Rodrigo Abel, da Secretaria Nacional de
Juventude, que nos informou e apresentou um conjunto de iniciativas nas quais a
cidade de Porto Alegre foi premiada com um conjunto financeiro de apoio ao
Pró-Jovem. Será uma das sete cidades brasileiras com grande apoio do Governo
Federal. E nós votamos aqui cinco milhões de reais para essa Secretaria, então
vamos verificar todos os seus projetos, todas as suas iniciativas e discutir,
inclusive, se agora serão necessários os cinco milhões, já que o Governo
Federal aporta uma significativa quantia de dinheiro, na cidade de Porto Alegre,
para essa Secretaria. Há políticas nacionais na área da inclusão, da
acessibilidade, dos portadores de necessidades especiais que essa Secretaria
vai cuidar.
Os senhores e as senhoras, pelo que eu vejo, pelo
que dizem, têm os votos para aprová-la, mas cabe a nós, na situação ou na
oposição, fiscalizar, acompanhar. E nós esperamos, se aprovada a Secretaria,
daqui a trinta dias, poder receber, sim - e nós pedimos também para a
Secretaria da Juventude -, um plano de trabalho e os projetos efetivos dessa Secretaria,
para nós, os Vereadores, acompanharmos o seu trabalho, para, diante da função
que temos, não importa que sejamos da situação ou da oposição, podermos
fiscalizar.
Eu mantenho a minha opinião expressa aqui na
segunda-feira: a Secretaria não resolverá esses problemas se não souber
trabalhar com projetos de transversalidade, se não tiver articulado os seus
projetos com a EPTC, com a Secretaria de Direitos Humanos e Segurança Urbana,
com a Secretaria da Juventude, com a Secretaria da Saúde, com a Secretaria de
Esporte, da Cultura, da Educação, porque esses temas, em especial o problema da
acessibilidade, dos portadores de deficiência, devem estar conjugados, somados
nos trabalhos de todas as Secretarias. Se a Secretaria conseguir ser uma
articuladora dessas atividades, desses projetos, ela terá sucesso. E nós
desejamos que ela tenha sucesso, porque o seu sucesso será o sucesso dos
cidadãos de Porto Alegre, Ver. João Dib. Caso contrário, nós vamos ser
rigorosos na cobrança e no acompanhamento, porque esse é o nosso dever, esse é
o nosso direito, e assim agiremos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
Por que isso? Porque é assim que se pode ser mais
eficiente, no nosso entendimento. Assim é que foi planejada, por exemplo, a
obra da 3ª Perimetral - obra modelo em questão de acessibilidade -, com escadas
rolantes, elevadores, rampas, proteção aos portadores de deficiência, enfim,
com todos os equipamentos que colocam aquilo que tem de melhor, inclusive com
investimentos singulares que destacam essa obra como uma obra-símbolo para as
questões de acessibilidade. Assim foram todas as outras obras feitas, em todas
as Secretarias, autarquias, fundações - Verª Margarete -, todos os organismos,
porque o problema da acessibilidade não é um problema, no nosso entendimento,
de uma Secretaria especializada. O problema da acessibilidade é um problema da
Cidade, do conjunto da cidadania e do conjunto das pessoas que precisam dos
equipamentos para garantir a normalidade da sua vida.
No entanto, o Governo atual - e ele tem o direito
de fazê-lo - optou por propor uma Secretaria para cuidar do tema. Talvez o
interesse maior seja para fazer acomodações, seja para dar cargos aos Partidos
que ainda não têm cargos suficientes no Governo. No entanto, isso não resolve o
problema, Ver. João Dib, não resolve o problema, porque nós ouvimos os
especialistas, nós ouvimos as pessoas que são portadoras de necessidades
especiais, e todas as cidades que produziram especializações desse tipo, em vez
de terem a eficiência aumentada, tiveram resultados reduzidos. Por que isso?
Porque a solução dos problemas, as obras, os investimentos vão ficar
circunscritos, vão ficar subordinados a uma Secretaria única. Ao passo que,
como está, nós temos a transversalidade das políticas, nós temos a
obrigatoriedade de todas as Secretarias, de todos os órgãos de terem a
preocupação, de terem, Ver. Carrion, a iniciativa de aplicar a legislação
existente em todos os seus espaços.
Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público
que nos assiste, nós vamos votar a favor da criação da Secretaria, porque isso
é uma vontade do Executivo, que foi eleito pela maioria dos eleitores de Porto
Alegre. Agora, registramos o equívoco de se criarem Secretarias principalmente
para atender a necessidades políticas, para atender a acomodações partidárias,
para atender àquilo que não é o principal; o essencial é, sim, a eficácia das
estruturas públicas, da infra-estrutura e dos investimentos para atender às
pessoas de nossa Cidade.
Reforço aquilo que nós dissemos anteriormente: o
que foi feito em termos de acessibilidade, o que foi executado não é coisa
pouca nesta Cidade. Aqui nós temos avanços que precisam, sim, ser
complementados, porque há mais espaços e desafios a serem cumpridos e concluídos,
mas aquilo que foi feito já indica um longo e largo caminho que produz uma
Cidade de qualidade, que deve ser cada dia mais aperfeiçoada, para que a
cidadania de Porto Alegre possa usufruir dos melhores e mais caros direitos.
Muito obrigado, senhoras e senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Elói
Guimarães, Presidente desta Casa, rapidamente, para explicar a nossa chegada
mais tarde: o Ver. Comassetto, a Verª Sofia e eu nos encontrávamos em
tratativas com a Secretaria de Segurança e com a Casa Civil com relação ao
despejo da família Silva. Creio que conseguimos algum êxito no sentido de
ganhar um prazo até que essa questão se resolva, na medida em que não existe
ainda uma operação prevista. Então, agradecemos e já estamos na Sessão
acompanhando os trabalhos.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Informo a V.
Exª que a Verª Maristela Maffei e a Verª Manuela fizeram os esclarecimentos.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para
discutir o PLE nº 007/05.
O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Ismael, V. Exª está realmente discorrendo muito
bem sobre o Projeto, mas, como se falou em criação de cargos, é bom dizer aqui
que, só num dos dados do gabinete da Presidência, lá no Palácio do Planalto,
enquanto que na época do Fernando Henrique eram 1.100 cargos criados, no
Governo Lula existem 3.300 cargos criados. Então, quem gosta de criar cargos
realmente é esse pessoal que está lá hoje.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Vejam o tamanho
do gabinete do Presidente da República, deve ser gigantesco para abrigar 3.300
cargos.
Então, meus amigos, queríamos expor esses pontos de
vista; e quero dizer da nossa responsabilidade com os futuros componentes da
nossa Secretaria. Com o apoio da municipalidade e desta Câmara de Vereadores,
por certo, haveremos de incrementar essa política e ajudar, cada vez mais, os
necessitados. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª
Margarete Moraes está com a palavra para discutir o PLE nº 007/05.
A SRA. MARGARETE MORAES: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quando eu era
Secretária de Cultura, absolutamente sensível às políticas pela inclusão social
do nosso Governo, nós montamos um Projeto específico no Museu Joaquim Felizardo
para as pessoas portadoras de deficiência. Era um Projeto que previa uma
maquete, do próprio Museu, e esculturas para os deficientes visuais, havia um
tradutor para a linguagem de sinais e um elevador específico para os portadores
de cadeira de rodas. Eles ficaram muito emocionados; a partir daí, percebi que
lá no Museu havia um estudante universitário portador de cadeira de rodas. E
aí, junto com o Ver. Raul Carrion, nós tivemos a idéia de fazer um Projeto para
o Governo Municipal, ainda no nosso Governo, estabelecendo cota para os
estagiários também, para que eles tivessem esse direito. Porque sabemos que é
muito difícil a locomoção na Cidade, a possibilidade participar da vida social,
de estudar, de trabalhar, para pessoas com essas necessidades, para que eles
sejam, de fato, cidadãos da nossa Cidade.
Portanto, quero contestar aqui o primeiro Parecer
desta Casa, na CCJ, negando a possibilidade deste Projeto; quero contar com o
Executivo, com o Legislativo, para que no Poder Público Municipal se tenha esse
processo de cotas para deficientes, para pessoas portadoras de deficiência,
porque a situação deles é muito mais difícil, eles já estão estudando, já têm
tantas dificuldades.
Nós recebemos na CEDECONDH, ontem, terça-feira,
juntamente com os colegas, os deficientes visuais que são camelôs e que estavam
contrários à política da SMIC; e o Secretário veio, foi sensível e vai buscar
uma solução diferenciada para essas pessoas em relação ao comércio ambulante
local.
No Governo Municipal já existe essa questão de
cotas, nós sabemos. Mas eu confesso que tenho dúvida da necessidade da criação
de outra Secretaria, se é preciso a contratação, a nomeação de novos CCs. Eu
não sei se isso é verdade; concordo com o Prefeito Fogaça quando ele dizia que
nós deveríamos trabalhar através de transversalidade, de trabalhar, como disse
o Ver. Adeli, em todos os órgãos com essa questão dos portadores de
deficiência, com projetos, com redes de proteção, porque as Secretarias, ele
falava, se transformavam em pequenos feudos em que cada um fazia a sua parte.
Então, eu tenho muitas dúvidas.
Hoje, quando se vai proceder a uma votação tão
importante, nem os deficientes físicos, que seriam os maiores interessados,
estão nesta Casa. Nós temos aqui na Casa as pessoas que trabalharão na futura
Secretaria, se por acaso for aprovada, e não aquelas pessoas que vão ser
beneficiadas com essas políticas. E mais uma vez o Governo Fogaça manda um
Projeto sem plano de trabalho, sem as menores condições para que possamos
definir.
Eu enviei um Pedido de Informações ao Prefeito em
relação ao funcionamento da Usina do Gasômetro. E, para minha surpresa, assisti
nesta Casa, segunda-feira, ao Coordenador da Usina do Gasômetro, que não é o
Prefeito, distribuir uma resposta com uma linguagem nada condizente com a
linguagem pública, Ver. Ibsen, para todos os Vereadores desta Casa, menos para
quem vez o Pedido de Informação. Então, antes de chegar a mim uma resposta
oficial assinada pelo Prefeito Fogaça, porque assim deveria ser, veio uma
resposta do Coordenador - e o Ver. Mario Fraga nos convidou para recebê-lo -,
só que não veio resposta do Prefeito, ocorreu numa linguagem não adequada, sem
respeitar a hierarquia entre a Câmara Municipal e o Executivo. Então, eu creio
que deveria haver mais sobriedade, mais cuidado com todo o regramento que tem
esta Casa, com o respeito que merecemos, assim como respeitamos o Executivo.
E, sobre a criação de um novo órgão, eu me coloco
na dúvida, ainda quero ouvir, na discussão, a argumentação dos colegas
Vereadores e da situação para ver da necessidade, de como vai trabalhar essa
Secretaria.
O Sr. Márcio Bins Ely: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Só queria registrar, Vereadora, que nós
temos aqui - inclusive com uma intérprete - os deficientes físicos, eles se
fazem aqui representados.
A SRA. MARGARETE MORAES: Podem estar
representados, mas não há um público na Casa em relação às pessoas que mais
precisarão desse órgão. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para discutir o PLE nº 007/05.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
queria também estender o cumprimento às pessoas dos setores que estiveram
acompanhando esse processo. Quero dizer que a nossa Bancada tem um orgulho
muito profundo, porque, antes mesmo de estarmos constituídos como Partido,
sempre fomos parceiros e construtores dessas políticas tão importantes. Lembro
ainda que, quando estávamos presidindo a CUTHAB, fizemos um seminário em que
também discutimos a questão da acessibilidade, os problemas do enquadramento,
das questões arquitetônicas, enfim, de todas as políticas que dizem respeito a
essa área. Esse orgulho nós levamos, porque acho que, culturalmente, as pessoas
vão abraçando cada vez mais causas nobres como essa que nós, como
Administração, abraçamos; nós viemos potencializando e respeitando os
movimentos civis e chegamos a este momento.
Agora, é necessário que a sociedade relembre todos
os momentos em que nós pautamos, aqui nesta Casa, temas importantes como este.
Lembro ainda da questão da Secretaria de Direitos Humanos, o quanto foi difícil
nós a aprovarmos. É preciso dizer isso, não é um sentimento qualquer ou um sentimento
de refutar o que está vindo pela frente, porque senão vai passar pela sociedade
como se fôssemos contra uma Secretaria tão importante. É necessário que os
Partidos que entraram aqui, que se constituíram...sempre fizeram uma política
de dizer que nós queríamos fazer Secretarias, que nós não tínhamos políticas,
que nós queríamos botar em prática apenas para acomodações.
Hoje, o novo Governo que se estabeleceu na
Prefeitura de Porto Alegre está colocando em prática... E nós, que estamos
aqui, porque estamos construindo juntos importantes alianças nesse sentido,
para que a gente possa, realmente, fazer com que essa Secretaria seja uma
Secretaria qualificada e que leve junto aquilo que nós acumulamos nesse tempo
todo. Essa é a nossa vontade. Como fiscalizadores, como legisladores de Porto
Alegre, nós não vamos apenas estar assinando e passando essa responsabilidade.
Não. Nós vamos continuar construindo as políticas que nós sempre construímos e
vamos acompanhar, fiscalizar para que, na prática, isso se estabeleça
realmente, para que quem saia ganhando sejam as pessoas portadoras de
necessidades, que precisam dessa qualificação, desse olhar da sociedade, que
não seja - como foi dito aqui - apenas acomodação, apenas por uma disputa
interna, do ponto de vista partidário.
Ver. Dib, a nossa Bancada vai votar favoravelmente,
e nós assumimos o compromisso com a sociedade de Porto Alegre, Ver. Oliboni -
que tem um trabalho sério nesta área -, de continuarmos com todos os segmentos
e com a sociedade de Porto Alegre fiscalizando e cobrando do atual Governo para
que coloque em prática todas as políticas que nós construímos junto com os
movimentos e com a sociedade desta Cidade. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. ALDACIR OLIBONI (Requerimento): Nobre Presidente,
nós estamos votando hoje uma Secretaria e uma Comissão que é de extrema
importância para a Cidade. Nós temos uma tradutora-intérprete aqui. Queria
fazer um Requerimento no intuito de que ela pudesse ficar aqui acompanhando o
nosso orador, porque aí a própria TVCâmara poderia disponibilizar para a
sociedade.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nenhuma
objeção. Deferido, Vereador. Em votação o PLE nº 007/05. (Pausa.) O Ver. Raul
Carrion está com a palavra para encaminhar.
O SR. RAUL CARRION: Exmo
Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, nós, infelizmente, não
pudemos estar mais cedo aqui, como comunicamos, por estarmos acompanhando uma
situação bastante aguda, lá da família Silva. Mas o encaminhamento que eu quero
fazer é favorável, conforme já havíamos anunciado em ocasião anterior, na
Sessão de ontem, à criação dessa Secretaria. É uma posição da Bancada do
Partido Comunista do Brasil, primeiro porque entendemos que cada Governo deve
ter o direito de criar a estrutura administrativa que entende ser a mais
adequada. Não cabe à Câmara Municipal impedir que o Governo governe da forma
que entende mais adequada. Depois, podemos cobrar se essa estrutura corresponde
à necessidade da Cidade.
A questão da acessibilidade, aliás, foi amplamente
discutida na CUTHAB há alguns anos, quando a CUTHAB esteve presidida pela Verª
Maristela Maffei. Nós fizemos, inclusive, um seminário. Foi criada uma Comissão
de Acessibilidade; ela é uma questão relevante e merece uma atenção de qualquer
Governo e desta Casa.
Eu participo do Conselho das Cidades, e, dentro
desse Conselho, existem quatro comitês técnicos. Eu participo do Comitê Técnico
de Trânsito, Transporte e Mobilidade Urbana, e um dos programas que existe no
Ministério das Cidades, com o qual o nosso Comitê Técnico trabalha, faz
referência exatamente a essa questão da acessibilidade. Então, não seríamos a
favor somente se houvesse algo incompreensivo.
Em
determinados momentos nesta Casa, nós protestamos e trabalhamos contra uma
votação, vamos dizer assim, prematura, não por sermos contra o conteúdo, mas
por acharmos que outras questões também deveriam ser contabilizadas nessa
discussão. Uma delas é a existência da Comissão Especial do Ver. Oliboni, que
está desde janeiro, e que não foi votada, mas nós temos, pelo nosso
conhecimento, o entendimento com a Liderança do Governo no sentido da aprovação
desta Comissão, que vai ser um instrumento de auxílio à Secretaria, que vai
discutir as políticas públicas e, certamente, trará o Secretário aqui para
apresentar os seus planos. Então, é um momento importante. Esta Casa é a
totalidade. E eu entendo que há um compromisso da Bancada do Governo em levar
essa Comissão adiante.
Uma outra questão que nos fez questionar, em
determinados momentos, é o fato de que existe um importante Projeto meu e da
Verª Margarete Moraes que trata de reservas de vagas nos estágios e nos
serviços terceirizados da Prefeitura para portadores de deficiências, que é uma
das questões que a Secretaria, certamente, tratará. Então, nós entendemos que o
Governo que cria uma Secretaria de Acessibilidade e que uma Bancada que dá
suporte para um Governo que cria uma Secretaria de Acessibilidade têm de ser
coerentes e têm de aprovar esse tipo de iniciativa legislativa.
Por fim, nós colocamos uma Emenda que propõe, nas
atribuições, nas finalidades da Secretaria, a adoção de legislação específica
que discipline a reserva de mercado de trabalho em favor das pessoas portadoras
de deficiências nas Entidades da Administração Pública e do setor privado, por
terceirização, estágios, assim por diante. É um viés que não estava previsto,
mas que certamente estava na visão da criação da Secretaria, que é a questão do
trabalho para os portadores de deficiências. Cada vez mais, a nossa sociedade,
que tem em torno de 14% de portadores de alguma deficiência, compreende que
essas pessoas são produtivas, são pessoas que têm de dar a sua contribuição a
nossa sociedade. Por isso a nossa Emenda, e tenho certeza de que ela terá a
acolhida dos demais Vereadores. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 007/05.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Elói Guimarães; nobres Pares, encaminho pela Bancada do
Partido dos Trabalhadores. Fazemos questão de registrar aqui, junto com as
falas dos diferentes Vereadores da nossa Bancada, na discussão, que este
momento é um momento-síntese, um momento significativo da construção feita, aqui
na Casa, da oposição com a situação. A nossa Bancada não acredita que a forma
de Secretaria seja a melhor forma de avançar nas políticas públicas de
acessibilidade. Nós temos uma outra avaliação. O que não nos impediu de
dialogar e construir Emendas que, na nossa avaliação, vão viabilizar a
transversalidade necessária para a efetividade dessas políticas.
Eu quero registrar que, em nenhum momento, foi por
mera obstrução ou para a Casa não trabalhar que usamos os procedimentos
regimentais, pelos quais tentamos protelar esta discussão, Ver. João Antonio
Dib, foi para que pudéssemos ter tempo para dialogar. E esse diálogo finalmente
aconteceu na última Sessão. Parece-nos que foi muito positivo. A inclusão da
Comissão Municipal de Acessibilidade é um importante avanço, sai da vinculação
da Secretaria de Direitos Humanos, sua composição sai de um Decreto e vem
compor a nova lei, vem compor a nova Secretaria.
Eu quero fazer alguns registros importantes. Em
primeiro lugar, registro aqui a flexibilidade encontrada na nova equipe que vai
assumir a Secretaria, que percebeu e acordou a inclusão dessa Comissão. Em
segundo lugar, quero dizer que já fui gestora da Educação e quero dar o
depoimento do quanto essa Comissão nos incomodou e gerou políticas novas na
Educação. Mas nos incomodou no bom sentido. Houve todo um processo de
regulamentação das creches, dos espaços das creches particulares de Porto
Alegre, um processo difícil, porque há uma exigência muito forte da garantia da
acessibilidade em todos os espaços dessas creches. E vejam: isso é uma
conquista da caminhada dos PPDs em Porto Alegre e também dessa Comissão, que
envolve todas as Secretarias, que estabelece diretrizes, e o conjunto das
políticas tem de garantir a acessibilidade.
E, aí, resultado disso é uma escola totalmente
acessível lá em cima, no Morro da Cruz; é o Centro Municipal de Cultura
totalmente acessível; é a 3ª Perimetral, que foi toda pensada também nos
portadores de deficiência, nos cadeirantes, com elevadores; é uma série de
políticas ainda por serem feitas. Por exemplo, o último estudo que eu lembro de
acompanhar é o das calçadas, em que nós enxergamos os inúmeros obstáculos
existentes para os cegos, para os cadeirantes. Enfim, são “n” desafios na
Cidade para avançarmos quanto à acessibilidade. Então, eu acho que nós
construímos aqui um belo processo, a nossa Bancada vai votar a favor da
Secretaria, com as Emendas, sentindo-se construtora e participante dessa nova
forma de encaminhar a política; uma, por respeito ao Governo, que entende que é
assim; outra, pela sua capacidade de diálogo; e, finalmente, por conseguirmos
realizar. Estamos todos, na verdade, comprometendo-nos com a continuidade do
avanço das políticas públicas de acessibilidade e com o profundo respeito que
temos de ter com todos os portadores de deficiência, que são cidadãos plenos,
só não são plenos porque ainda a sociedade deve muito em políticas públicas.
Parabéns a todos, e votaremos favoravelmente nesse sentido. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 007/05.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiramente
acredito que a linguagem dos sinais deveria estar presente em todas as Sessões,
por ser muito importante. Depois de estarmos discutindo por toda a semana este
Projeto da Secretaria de Acessibilidade, finalmente, hoje, depois de todos os
acordos, vamos votá-lo. Eu já levantei algumas dúvidas, não a questão do
mérito, porque, quanto ao mérito, de plano, somos totalmente favoráveis. Eu
acho que o Prefeito teve a sensibilidade de resgatar esse espaço, que é
legítimo, mas que, de fato, por muitas vezes não está presente na nossa
sociedade.
Lembro-me de que, no ano de 2000, apresentamos um
Projeto que depois se tornou lei; na época, muitos achavam que seria inviável,
que foi o Guia dos Serviços dos Portadores de Necessidades Especiais. Na
realidade, é uma coletânea de toda a legislação existente. Lembro que, num
primeiro momento, o Prefeito tinha a intenção de vetá-lo, mas, depois de muitas
articulações e discussões, conseguimos mostrar a importância desse Guia para os
portadores de necessidades especiais e, ao mesmo tempo, mostrar a sua
possibilidade. A assessora jurídica responsável pela sua elaboração é hoje uma
das pessoas que mais tem contato com o Guia, pois ficou apaixonada por ter
colaborado com ele. Primeiro, porque esse Guia tem a coletânea das leis;
segundo, indica todos os locais da cidade de Porto Alegre para onde as pessoas
podem-se dirigir. Há outras questões que são banais para alguns, mas vitais
para outros, como - dependendo do tipo de necessidade especial - o fato de as
pessoas deficientes terem direito a um salário mínimo. Muitas famílias que
vivem em condições precárias têm esse direito e muitas vezes não sabem como
recorrer a isso.
Essa Secretaria que está sendo criada faz uma
transversalidade com todas as demais Secretarias. Tão logo seja implantada,
Secretário Tarcísio, nós vamos ter de discutir de que forma vão-se dar os
acessos às demais Secretarias, porque há locais, por incrível que pareça, com
portas de 70 centímetros, que impedem as pessoas de transitar. Ora, nós
queremos algo que seja de direito, mas que de fato seja posto na prática. Eu
acho que V. Exª vai ter muito trabalho.
Vou-me referir à Emenda que elaboramos, porque
entendemos que faltou o segmento da Secretaria da Juventude e do Esporte.
Então, de pronto foi aceita. Em outro segmento, em que ajudamos o Ver. Raul
Carrion, colocamos a questão da FUGE - Federação Universitária Gaúcha de
Esportes -, que faz um link com a juventude e com o esporte nessa visão
de representação, até porque Porto Alegre tem o Jomex - Jogos Municipais dos
Excepcionais -, que é um segmento. Só que o Jomex é um segmento de um tipo de
portador de deficiência, e nós temos de ampliar, Secretário. Então, acho que V.
Exª também poderá incentivar competições desportivas.
Eu tive a oportunidade de trabalhar durante muitos
anos com o Aldo Potrich, que tem todo um trabalho com cadeirantes; então temos
de pegar essas diversas vertentes e trabalhar em cima delas. Já me referi a
essa questão quando usei o Tempo de Liderança; não consegui detalhar e não
obtive a informação do Executivo de quais são as propostas de investimento
nessa Secretaria. Mas quero dizer que, retirando essas dúvidas, em nome do
nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro, nós somos totalmente favoráveis
à criação da Secretaria e, de pronto, desejamos ao futuro Secretário e à sua
equipe um bom trabalho. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em votação a
prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com voto contrário do
Ver. João Antonio Dib.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar
a votação do PLE nº 007/05.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, nós estamos votando a
criação da Secretaria da Acessibilidade. Ontem, inclusive, quando falava, já no
finalzinho da tarde e início da noite, aqui nesta tribuna, eu dizia que não via
motivos para que a oposição quisesse impedir que o Governo criasse as suas próprias
estruturas administrativas; hoje, já vejo que há um discurso concordando com
aquilo que encaminhávamos ontem.
Ver. João Dib, V. Exª acompanha esta Casa há muitos
anos, e nós não poderíamos - eu acredito - seguir falando sobre Secretaria da
Acessibilidade sem fazer justiça a um Vereador que passou por esta Casa e que
foi autor da maioria dos Projetos que tratam dessa área da acessibilidade.
Quando foi Vereador, o atual Deputado Paulo Brum foi o primeiro a sugerir a
esta Casa uma série de legislações, dando a Porto Alegre as primeiras noções de
que a Cidade e suas construções deveriam, de alguma forma, conter dispositivos
de acesso a todas as pessoas, para democratizar o ir e vir que está lá na
Constituição. Nós acompanhamos aqui esse trabalho, Ver. Claudio Sebenelo, Ver.
Ismael, que formam a Bancada do PSDB junto comigo. Foi - eu não posso fazer
injustiça - exatamente o Ver. Paulo Brum aquele que, quando passou pela Câmara
de Vereadores, deu origem a Projetos, que se transformaram em leis e que, posteriormente,
puderam dar a esta Cidade uma nova dimensão em relação à acessibilidade.
Inclusive, Verª Clênia Maranhão, a própria tribuna que temos aqui ao lado
esquerdo, em relação à Mesa, foi criada nesta Casa para que os portadores de
deficiência física pudessem ter acesso também à nossa tribuna, ao nosso
microfone, para falar com toda a sociedade, para discutir com o Plenário. E foi
uma sugestão, uma iniciativa do então Ver. Paulo Brum.
Eu faço questão de fazer este registro para dizer
que aquelas idéias iniciais, que foram discutidas, é claro, por toda a Casa...
Porque isso não fica restrito apenas a uma pessoa, não fica restrito apenas a
um Vereador; isso, na verdade, foi uma resolução de toda a Casa, todos os
Vereadores resolveram encampar aquelas idéias, discutir aquelas idéias e
aprová-las, fazer algumas leis que dão - eu acredito -, para o arcabouço
legislativo que nós temos em nossa Cidade, já uma nova dimensão. Já temos
alguma coisa a respeito de acessibilidade incluída na legislação que fizemos neste
plenário para Porto Alegre.
Então, fico feliz que hoje estejamos criando uma
Secretaria e quero dizer que o Governo Fogaça não está criando novos gastos; o
Governo Fogaça está apenas transformando uma estrutura que já existe, um
trabalho que já existe, apenas lhe dando a dimensão de Secretaria. Aquelas
pessoas que trabalhavam em um departamento estão, na verdade, sendo
transferidas para uma Secretaria. Então, não haverá a criação de novos gastos,
e qualquer discussão feita nesse sentido realmente pode ser explicada com a
simples leitura do Projeto que hoje temos em votação.
Por isso, eu e a Bancada do PSDB, Ver. Sebenelo,
Ver. Ismael, vamos votar a favor deste Projeto criando essa Secretaria,
porque acredito que ela vai ser muito importante na administração geral da
Cidade. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Verª Clênia
Maranhão está com palavra para encaminhar o PLE nº 007/05.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, durante toda esta
semana, nós demos prosseguimento nesta Casa a um debate sobre uma política
pública fundamental para o nosso Município. A Prefeitura de Porto Alegre
encaminhou a esta Casa Projeto de Lei do Executivo que transforma o Gabinete de
Acessibilidade em Secretaria. Isso tem um significado político, isso expressa a
vontade do Governo em criar uma estrutura capaz de ações com transversalidade
integrada com outras Secretarias, com foco definido para a atuação de políticas
públicas para as pessoas portadoras de necessidades especiais. É disso que
trata este Projeto. Não é uma Secretaria verticalizada, não é uma Secretaria
que cria cargos, como aqui foi denunciado; é uma Secretaria transversal, que
apenas acomoda uma estrutura para o empoderamento de um segmento sobre o qual
há a necessidade urgente de se redobrar os esforços públicos na busca da sua
inclusão.
Respondendo à preocupação trazida pelo Ver.
Professor Garcia, eu queria dizer a V. Exª que a sua preocupação, Vereador,
está respondida no art. 3º da Lei enviada pelo exmo. Sr. Prefeito a esta Casa,
na qual ele explicita a finalidade do órgão, mencionando que esta Secretaria
será responsável pela formulação de políticas municipais de inclusão social
para pessoas portadoras de necessidades especiais, para o acompanhamento, para
a fomentação e avaliação de planos especiais, de projetos e programas voltados
ao desenvolvimento social, educacional, de lazer aos portadores de necessidades
especiais. A justificativa apresentada pelo exmo. Sr. Prefeito, inclusive, traz
um dado muito importante que já foi aqui colocado, mas que eu queria recolocar
às Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. Com a modificação, a extinção de um
cargo de Coordenador-Geral de Gabinete e a criação de um cargo de Secretário, o
que propicia a redução das despesas públicas, eu queria pedir às Sras.
Vereadoras e aos Srs. Vereadores para não transformarem este debate em um
debate político, para que pudéssemos manter o debate que tivemos nesta Casa.
Lembro que o Projeto original foi enriquecido com Emendas das três Bancadas de
oposição desta Casa, Emendas que foram muito bem-vindas, que foram construídas
para fortalecer o trabalho. Inclusive, foram discutidas com o Secretário
durante três tardes seguidas, com sua equipe, com a Arquiteta Maria Bélquiz,
com representantes técnicos da sua Secretaria; foram Emendas que vieram
enriquecer o Projeto e que foram aceitas pela concepção de Governo que nós
temos, a qual não tem a intenção de romper com nenhuma política pública pelo
fato de ela ser originária de um Governo que nos antecedeu! Pelo contrário, o
processo histórico, o processo político é enriquecido quando os Governos
aceitam, compreendem as contribuições anteriores e acrescem ao processo
político novas políticas que ampliem as políticas públicas de inclusão social e
de participação da sociedade!
Nesse sentido, nós queríamos agradecer às Bancadas
que trouxeram, aqui, as suas contribuições, que foram incorporadas ao texto
básico do Projeto; queremos agradecer a presença do Secretário Tarcísio
Cardoso, da sua equipe, agradecer a flexibilidade expressa das suas
manifestações, que vão fazer com que essa Secretaria nasça respaldada,
integrada numa comissão de pessoas portadoras de necessidades especiais que, ao
longo dos últimos anos, nesta Cidade, têm dado uma enorme contribuição para que
o Poder Público possa compreender esse universo.
Por último, Sr. Presidente, eu queria dizer que a
criação dessa Secretaria, a qual, eu tenho certeza, logo mais será aprovada por
este Plenário, vem num momento fundamental, momento esse em que se discute a
revisão do Plano Diretor. Portanto, a questão da acessibilidade será uma
temática presente dentro dessa revisão, e é preciso que o Poder Público tenha
especialistas, tenha um foco, tenha pessoas exclusivamente voltadas a pagar a
enorme, a inexplicável, a brutal dívida social que a sociedade brasileira tem
imposto às pessoas portadoras de necessidades especiais, fundamentalmente
àquelas de origem de baixa renda que estão, hoje, nas periferias de Porto
Alegre e que não têm acesso sequer aos serviços básicos da área social, que são
definidos pelos Poderes municipal, estadual e federal.
Eu agradeço as contribuições do conjunto das
Bancadas de apoio ao Governo, do conjunto das três Bancadas de oposição, que
enriqueceram este Projeto e que, seguramente, continuarão contribuindo, com o
Secretário Tarcísio Cardoso, na elaboração de políticas de inclusão para as
pessoas portadoras de necessidades especiais.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Maurício
Dziedricki está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 007/05.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós assumimos a
tribuna para fazer o encaminhamento da votação do Projeto de Lei do Executivo
nº 007/05, para traduzir alguns dos anseios que nós temos quando tratamos e
fazemos uma narrativa dos portadores de necessidades especiais. Há de se ter o
cuidado veemente com as questões que fazem essa transdisciplinaridade entre as
diversas Secretarias de nosso Governo, pois tratamos de movimento cultural,
movimento educacional, movimento do esporte, o que faz, mais do que nunca, a
interlocução dos nossos portadores.
Eu quero ressaltar aqui a importância que o
Executivo dá a essa Secretaria, que está com os moldes de fundação já bem
alavancados. Registro que o Gabinete, que deixa de ser Gabinete e passa a ser
uma Secretaria, constitui-se no status dessa nova administração como um
poder que vai fazer parte, inevitavelmente, de todas as discussões dessa Prefeitura.
Que tratemos do portador de necessidade especial da forma como estamos fazendo
até o presente momento, ou seja, de forma séria, propositiva, com Emendas da
oposição, o que vem a somar, a qualificar este Projeto, e que a Prefeitura, o
nosso Poder Executivo, tenha a real compreensão da dimensão do que eles
precisam para a inclusão social no nosso Município de Porto Alegre.
Eu queria fazer um registro, eu sei que o Ver.
Oliboni tem um Projeto nesse sentido, da importância de termos uma tradutora,
uma intérprete de Libras ao nosso lado. Como faz a diferença! A ponto de uma
companheira que me ajudou em um processo nessa eleição fazer esse registro em
meu Gabinete, do que ora fui notificado. Há diferença em termos uma pessoa ao
nosso lado mostrando, em sinais, o que está sendo dito àqueles que não têm as
melhores oportunidades ou àqueles que não têm condições plenas para estar
acompanhando no dia-a-dia a nossa vida; através desse sinal, através desse
gesto, essas pessoas podem estar acompanhando a realidade do nosso Município.
Quero fazer um agradecimento especial a quem nos acompanha, ao tema importante
e de relevância para o Município de Porto Alegre.
Registro, através do que a Verª Clênia muito bem
colocou, que o art. 3º desse Projeto de Lei faz uma narrativa completa de quais
são as propostas para essa Secretaria, de que maneira trataremos os portadores
de necessidades especiais. Na composição, argumentação fática do Executivo,
inclusive, registra-se a redução dos custos dessa Secretaria. O PTB, a Bancada composta
pelo Ver. Elói Guimarães, Ver. Elias Vidal, Ver. Brasinha e por este Vereador,
apoiará incondicionalmente a criação dessa Secretaria. E é um ato já, de
público, registrado por todos os Partidos. Então, o encaminhamento que se faz
neste momento é de que sejamos, mais do que nunca, compromissados com políticas
futuras, porque tenho certeza de que a criação dessa Secretaria já é uma
realidade, já é uma conquista para todos os portadores de necessidades
especiais de Porto Alegre, da nossa Capital, e que, acima de tudo, tenhamos o
compromisso de fazer dela um meio de interlocução clara, plena e verdadeira
para todos os portadores. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Mario
Fraga está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 007/05.
O SR. MARIO FRAGA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos
assiste pela TV, manifesto-me somente para dizer que a Bancada do PDT, por meio
da Verª Neuza Canabarro e dos Vereadores Nereu D’Avila, Márcio Bins Ely, Ervino
Besson e do nosso Líder, Dr. Goulart, apóia, desde o início, a criação dessa
Secretaria. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
(O Ver. Elói Guimarães reassume a presidência.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal,
solicitada pela Verª Maristela Maffei, o PLE nº 007/05. Vota-se o Projeto com
ressalva das Emendas e Subemendas. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 27 votos SIM, pela unanimidade dos presentes.
Em votação a Emenda nº 02 ao PLE nº 007/05, de
autoria da Verª Margarete Moraes e do Ver. Carlos Todeschini. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 03 ao PLE nº 007/05, de
autoria da Verª Maristela Maffei. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Subemenda nº 01 à Emenda nº 03 ao PLE
nº 007/05, de autoria do Ver. Professor Garcia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Subemenda nº 02 à Emenda nº 03 ao PLE
nº 007/05, de autoria do Ver. Raul Carrion, da Verª Manuela d'Ávila, do Ver.
Professor Garcia e da Verª Maristela Maffei. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a Emenda nº 04 ao PLE nº 007/05, de
autoria da Verª Manuela d’Ávila e do Ver. Raul Carrion. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADA.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. N.º 030/05 – (Proc. nº 0766/05 – Ver. Aldacir Oliboni) –
requer a constituição de Comissão Especial Sobre Políticas Públicas Para as
Pessoas Portadoras de Deficiência. (incluído em 25-04-05)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o
Requerimento nº 030/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N.º 1120/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 048/05, de autoria da
Ver.ª Neuza Canabarro, que estabelece critérios para a entrega domiciliar de
medicamentos às pessoas com dificuldade de locomoção.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 30-05-05.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão
o PLL nº 048/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. N.º 0102/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR
DO LEGISLATIVO N.º 001/05, de autoria do
Ver. Raul Carrion, que modifica a Lei Complementar n. 320, de 02 de maio de
1994, e alterações posteriores, que dispõe sobre a denominação de logradouros
públicos, com nova redação ao § 3º do art. 2º e ao art. 4º. proibindo que
logradouros ou equipamentos públicos recebam a denominação de uma mesma pessoa,
data, fato histórico ou geográfico, bem como dar mesma denominação a mais de um
logradouro ou equipamento público, inclusive de categorias diferentes, e acrescenta
ao art. 5º a expressão “croqui, aero o outro”, e ao art. 9º, a expressão
“servidão, espaço e mirante”.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D'Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
82, § 1º, I, da LOM.
-
incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, em 23-05-05.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão
o PLCL nº 001/05. (Pausa.) O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói
Guimarães; eu pediria, primeiramente, que nós pudéssemos discutir o Projeto,
porque o Plenário está discutindo outra coisa. Fica difícil para falar no
plenário do jeito que está.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu pediria aos
Srs. Vereadores e às Sras. Vereadoras atenção, pois há um Vereador na tribuna.
Está assegurada a palavra a Vossa Excelência.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu quero dizer que o que está
acontecendo hoje à tarde, início de noite, em nossa Câmara Municipal, é o que
deveria acontecer em todas as Sessões. Hoje, nós estamos sendo representantes
da sociedade, discutindo Projetos, aprovando ou rejeitando, mas estamos
permitindo que as idéias possam ser colocadas neste plenário sem que aconteça
algumas estratégias que beiram a molecagem praticamente, como não deixar que as
idéias possam fluir e que nós nos possamos manifestar favoráveis ou contra
aquilo que serve ou não serve para Porto Alegre.
É uma pena, Ver. Dr. Goulart, que este Projeto de
autoria do Ver. Raul Carrion comece a ser discutido praticamente num início de
noite, quando alguns Vereadores já foram embora e quando outros Vereadores
estão querendo terminar rapidamente a Sessão para poderem sair. Nós estamos
numa quinta-feira, e a quinta-feira é um dia em que as pessoas não gostam muito
de permanecer aqui por muito mais tempo.
Pelo que li do Projeto - e vou fazer alguma coisa
aqui que não fazem comigo, vou discutir um Projeto de alguém que é
ideologicamente distante da minha posição, mas sem raiva, sem ódio, sem querer
destruir alguém -, acredito que ele deveria tramitar na Casa. Eu não sei se ele
está acabado, fico com dificuldades, porque não tenho o estudo completo do
Projeto e creio que, a não ser o Ver. Raul Carrion e alguns outros Vereadores,
poucos, raríssimos Vereadores deste Plenário têm condições de discutir este
Projeto profundamente, até mesmo o Ver. Mario Fraga, que fez hoje a nossa pauta
de votação, e foi pedido o art. 81. Mas ele vem discutir alguma coisa que é
realmente preocupante para nós.
Hoje, por exemplo, quando se votou o Projeto da
Verª Mônica, dizia-se o seguinte: “Ah, vamos ter uma rua com a mesma
denominação de um museu, de uma reserva ecológica”. Isso está proibido pela
legislação. Se formos buscar na legislação atual, realmente, Ver. Haroldo de
Souza, o que nós aprovamos hoje - inclusive com o meu voto - está proibido,
pois não se pode ter a mesma denominação de logradouros públicos, sendo uma
rua, um parque, um museu. Isso não pode, de acordo com a legislação. Acho que a
legislação atual comete um excesso com relação a isso. Creio que nós não
poderíamos denominar duas ruas com o mesmo nome, porque vai atrapalhar a
entrega de cartas, atrapalhar o Correio; isso, na verdade, atrapalha o cidadão
que quer, de alguma forma, poder dar o seu endereço para alguém, sem que este
alguém vá se atrapalhar para chegar nesse ou naquele local.
Então, com certeza absoluta, só para encerrar, Sr.
Presidente, essa impossibilidade de legislar, de modificar a legislação, neste
tocante, eu acho que nós devemos, realmente, sempre nos opor a ela. Agora, o
Projeto dá uma boa oportunidade talvez numa rua, num museu, talvez numa
reserva, assim como aconteceu hoje à tarde no Projeto da Verª Mônica. Acredito
que este Projeto aprovado aqui, dentro de um estudo - ainda inicial, eu não me
aprofundei, Vereador-Presidente, posso estar cometendo aqui até erros com
relação aos encaminhamentos - acaba fundamentando a lei que nós aprovamos. O
Projeto que nós aprovamos, hoje à tarde, ele tem fundamento neste daqui, mas
ele não tem fundamento ainda na legislação que nós temos vigente, hoje, no
nosso Município.
Mas não, eu não quero mais tempo. Eu só quero
dizer...
O SR. LUIZ BRAZ: Eu só quero dizer que, muito
embora açodadamente... Porque eu acho que nós podíamos discutir um pouco mais,
quem sabe até nos aprofundar um pouco mais com relação às modificações que
teríamos que fazer, mas, mesmo açodadamente, eu acredito que é uma matéria que
nós temos que, realmente, votar aqui na Casa, porque, dentro daquilo que nós
temos hoje como legislação, nós acabamos cometendo algumas injustiças.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há mais
quem queira discutir o PLCL nº 001/05. Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Haroldo de Souza. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 26
votos SIM, 02 votos NÃO.
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. N.º 143/05 – (Proc. nº
3000/05 – Ver. Adeli Sell) – requer
Moção de Apoio às ações da Polícia Federal, através da “Operação Hidra”, que
levou à prisão de contrabandistas.
(incluído em 18-05-05)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação
nominal o Requerimento nº 143/05. (Pausa.)
A Verª Clênia Maranhão solicita verificação de
quórum. (Pausa.) Visivelmente não há quórum.
Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 19h16min.)
* * * * *